Eficácia de terapia genética contra VIH
Realizado nos EUA um ensaio clínico com 12 pessoas infectadas com VIH demonstrou a eficácia da terapia genética conhecida como “edição genómica” no bloqueio do vírus da SIDA, avança o Diário Digital.
Através da nova técnica de terapia genética - descrita como uma espécie de edição de texto no computador aplicada aos genes -, os investigadores utilizaram pela primeira vez enzimas geneticamente modificadas, chamadas “nucleases dedo de zinco” (ZFN, na sigla em inglês) para alterar os genes e conseguiram bloquear e controlar o VIH nos 12 seropositivos, aumentando resistência destes ao vírus.
Alguns dos participantes no ensaio clínico conseguiram obstruir a produção da proteína usada pelo vírus da Sida para infectar células humanas, o que os tornou em pessoas imune a contrair o VIH. De acordo com a The New England Journal of Medicine, a nível mundial existem apenas dois por cento de pessoas nesta condição.
Os 12 doentes seropositivos que se submeteram ao estudo, dirigido por Carl June, do Departamento de Patologia e Medicina Laboratorial da Escola de Medicina Perelman, receberam células geneticamente modificadas que tinham sido anteriormente retiradas dos próprios organismos.
Os cientistas concluíram que o processo é bem tolerado e seguro e que as células modificadas revelaram uma persistência no organismo superior ao observado nas originais, refere a publicação científica.
Os investigadores constataram também modificação das células no tecido linfóide associado ao intestino, que constitui um importante armazém de células imunitárias e depósito de infecção por VIH, o que indiciou que as estruturas modificadas funcionavam normalmente no organismo.
Segundo a revista, em 12 semanas as cargas virais baixaram em quatro doentes cujo tratamento anti-retroviral foi interrompido, enquanto num ficou esteve abaixo do limite de detecção.