Por cirurgia

Doentes com cancro da pele e da próstata são os que mais esperam

Dados do primeiro semestre de 2013 mostram que há mais operações a doentes com cancro mas que não chegam para a procura, pelo que o tempo de resposta está a aumentar. Uma tendência contrária ao global das cirurgias do país.

No espaço de seis anos, o número de pessoas a dar entrada na lista de inscritos para uma cirurgia oncológica cresceu quase 25%, ao mesmo tempo que o número de operados fora dos tempos aconselháveis caiu para metade. O problema é que a tendência de descida que vinha a acontecer desde 2007 foi invertida no primeiro semestre de 2013, com os doentes a terem de esperar em média 24 dias, quando no mesmo período do ano anterior só esperavam 19. Os casos com cancros da pele e da próstata são os que mais aguardam.

Os dados são da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e fazem parte do Relatório Preliminar do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia), relativo ao primeiro semestre de 2013, que acaba de ser publicado e que mostra que a área da oncologia segue uma tendência diferente do resto das intervenções, nas quais o tempo de espera melhorou. Para a ACSS, “o aumento do número de inscritos é o esperado” tendo em consideração que todos os anos o número de casos de cancro cresce e que há também um “desejável aumento da detecção mais precoce”.

Em relação ao primeiro semestre de 2012, os hospitais públicos fizeram mais 2,9% de intervenções cirúrgicas a neoplasias malignas, com um total de 22.321 doentes operados. Porém, o acréscimo de produtividade não foi suficiente para travar o aumento do tempo de espera que subiu cinco dias, de 19 para 24 dias. Esta derrapagem teve também tradução na percentagem de doentes que ainda são operados foram dos tempos recomendáveis para as doenças em causa: em 2013 eram 22,6%, quando no ano anterior eram 22,4%. Além disso, o número de pessoas que ainda aguardavam operação no fim do semestre é também o mais elevado dos últimos seis anos, já que no primeiro semestre de 2007 eram 3501 e agora eram 3725.

Quanto aos grupos com mais problemas de espera, as neoplasias malignas da pele são as que aguardam mais dias (26) e em que mais gente é operada fora do prazo (32,5%). Segue-se o cancro da próstata, em que a espera em dias é maior, com 34 dias, mas a percentagem de pessoas operada fora do prazo previsto na lei baixa para 29,2%. Alguns cancros da região torácica são os que menos esperam, com uma média de 13 dias e apenas 11,8% de intervenções fora do tempo recomendado. Já os casos de cancro da mama esperam 16 dias, sendo que a percentagem fora do desejável se fica pelos 7,4%.

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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