Ministro anuncia

Diploma que cria “enfermeiro de família” será publicado em breve

O ministro da Saúde revelou que a criação do enfermeiro de família é prioritária e que o diploma legal que o institui será publicado em breve, mas recusa aumentar as actuais competências do enfermeiro obstetra.

Falando aos jornalistas no Dia Internacional dos Enfermeiros, à margem de uma cerimónia de homenagem à primeira bastonária da Ordem, Paulo Macedo disse que “a breve trecho” será publicado o diploma no sentido de criar o enfermeiro de família, uma medida há muito reclamada pela Ordem dos Enfermeiros.

Assumindo que essa é uma prioridade do Ministério da Saúde, adiantou que “um diploma nesse sentido” será publicado “nos próximos meses”.

O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto, corroborou o ministro afirmando que “a criação do enfermeiro de família já está numa fase final”.

“O diploma está já trabalhado pelo Ministério, pela Ordem dos Enfermeiros e pela ACSS (Administração Central de Sistemas de Saúde) e penso que será uma questão de algumas semanas até ser publicado”, disse.

Germano Couto reconheceu que teve que haver consensos entre os vários parceiros da saúde, o que tornou o processo legislativo longo, mas assegurou que brevemente o enfermeiro de família será o “gestor de saúde” do cidadão nos cuidados de saúde primários.

Se no que respeita ao enfermeiro de família o projecto está bem encaminhado, no que respeita ao enfermeiro obstetra o bastonário mostra-se “preocupado” com a posição do Ministério da Saúde.

Questionado sobre esta matéria, Paulo Macedo limitou-se a responder que “os enfermeiros obstetras exercem a sua profissão reconhecida por todos como fundamental”, adiantando que não há projecto para alterar a actual situação nem para haver prescrição por parte do enfermeiro.

Para Germano Couto, não se trata de “um projecto”, mas de aplicar o que a directiva europeia e lei que a transpôs, em 2009, dizem.

“Um enfermeiro pode e deve seguir grávidas com a sua gravidez normal, não patológica, do princípio ao fim e para isso tem que ter instrumentos, nomeadamente a comparticipação por pate do Estado. Ora isso não acontece. Estou preocupado com as palavras do ministro quando não tem isso como prioridade”, referiu.

Sobre a vaga de emigração de enfermeiros, o ministro considerou, por um lado, que se emigram é porque têm qualidade e são procurados, mas por outro assinalou que a enfermagem, como nas outras áreas da saúde, “é sem dúvida das profissões com menor nível de desemprego em Portugal”.

“Podemos ver os dois lados do problema”, sublinhou.

A Ordem dos Enfermeiros homenageou postumamente a enfermeira Mariana Diniz de Sousa, a primeira bastonária e a “maior referência da profissão em Portugal”.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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