Jorge Espírito Santo diz

Despacho servia para negar acesso aos medicamentos inovadores contra o cancro

O antigo presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos Jorge Espírito Santo afirma que nada mudou desde o despacho do Governo sobre os centros especializados para utilização excecional de medicamentos, porque o documento servia para negar o acesso e não para permitir o acesso aos remédios inovadores contra o cancro.

Em declarações, Jorge Espírito Santo aponta esse aspecto como a explicação para que nada tenha mudado desde a publicação do despacho em Novembro. “A intenção não era permitir o acesso em condições de igualdade. Ou por outra, era, mas afunilando tudo e haveria mais igualdade na recusa e não no acesso”, refere.

O oncologista do hospital do Barreiro considera que a desigualdade não se combate por portaria e que deveriam ser estabelecidos protocolos e criadas linhas de apoio financeiro.

Estas declarações surgem depois de a Antena 1 ter apurado que os centros de referência para decidirem sobre medicamentos inovadores em oncologia ainda não apresentaram resultados, mais de meio ano depois de terem sido criados pelo Executivo. Há hospitais que continuam a disponibilizar medicamentos inovadores na área da oncologia que são recusados noutras unidades hospitalares, mantendo-se as desigualdades no país.

O despacho foi a solução apontada pelo Governo como uma nova forma de acesso a remédios inovadores para o cancro, através da qual os pedidos de autorização especial dos hospitais passavam pelo Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Coimbra e Porto, antes de seguirem para o Infarmed para aprovação. 

Fonte: 
RTP Online
Nota: 
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