Estudo revela:

Descobertas novas mutações genéticas no melanoma

É a prova dos nove: o melanoma, a forma de cancro da pele mais agressiva e letal, está associado à exposição solar. Há muito que se tinha estabelecido essa ligação, mas estes resultados sugiram agora, depois da sequenciação completa do genoma deste tipo de cancro, feita em tumores de 25 doentes.

Publicado na edição desta quinta-feira da revista Nature, o artigo, da equipa de Levi Garraway, do Instituto Broad e da Faculdade de Medicina de Harvard, em Boston (EUA), o estudo permite ter a primeira observação pormenorizada da "paisagem” genética do melanoma. Nessa paisagem, os cientistas viram que a taxa de mutações genéticas que conduziram até ao melanoma era mais elevada entre os doentes com uma história de exposição crónica ao sol.

"Ao olhar para todo o genoma, pudemos descrever de forma rigorosa o padrão de mutações induzidas pela radiação ultravioleta no melanoma”, sublinha um dos autores do trabalho, Michael Berger, citado num comunicado do Instituto Broad.

Mas mais do que a confirmação de que a exposição excessiva à radiação ultravioleta pode redundar num melanoma, a sequenciação do genoma deste cancro revelou a presença de alterações genéticas até agora desconhecidas. Em concreto, descobriu-se um gene chamado PREX2, também envolvido no cancro da mama.

No melanoma, este gene estava alterado em 44 por cento dos 25 doentes estudados, refere o comunicado. Quando funciona normalmente, o PREX2 comanda o fabrico de uma proteína que impede o aparecimento de tumores, ao controlar o crescimento das células normais.

No cancro dá-se precisamente a proliferação descontrolada das células.Experiências em ratinhos, feitas pela equipa, confirmaram o envolvimento deste gene no melanoma, embora os cientistas digam que não sabem exactamente que papel ele desempenha nesta doença. "O PREX2 pode ser uma nova categoria de genes do cancro mutados que nos indicam alvos terapêuticos para o melanoma”, diz Garraway.

Nas fases iniciais, as taxas de cura deste cancro são elevadas. Em Portugal, há por ano seis a oito novos casos por cada cem mil habitantes, o que é semelhante aos outros países do Sul da Europa.

Fonte: 
Público Online
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock