Comparticipação em tratamentos termais
“É uma questão de justiça”, sublinhou Pedro Cantista, presidente da Sociedade Portuguesa de Hidrologia Médica (SPHM), referindo que “há muitos doentes que poderiam ter benefícios com estes tratamentos, mas que não os realizam por não terem possibilidades financeiras para o fazer”.
Para Pedro Cantista, a comparticipação dos tratamentos termais representa “uma gota de água no Orçamento do Estado”, mas que, para além “do interesse da saúde”, as termas “geram crescimento económico e vantagens sociais”.
O presidente da SPHM lembrou que o sector gera 5 mil empregos directos e que na região Centro e região Norte “representa 12% das dormidas”. “Parece que estamos em contracorrente com o resto da Europa”, observou o também presidente da Sociedade Internacional de Hidrologia Médica, afirmando que o sector devia ser “uma prioridade”, não apenas em termos de políticas de saúde, mas também no âmbito do turismo e do desenvolvimento económico regional, principalmente “no interior do país”.
Segundo Pedro Cantista, na Polónia e na Eslovénia “o turismo de saúde tem uma capacidade de exportação tal que consegue co-financiar cerca de 20% dos sistemas nacionais de saúde desses países”.
Portugal “tinha capacidade para concorrer com esses países. Foram feitos investimentos consideráveis no sector, há profissionais com muito boa preparação, há boas vias de acesso e temos muito bons equipamentos”, destacou.
O sector das termas “tem possibilidade de recuperar e de crescer”, sendo que o desenvolvimento de “um mercado externo não está a ser usado”, apesar de “todas as potencialidades que o país tem”, acrescentou.
De acordo com o médico, "deveria haver um sinal de reconhecimento" dos tratamentos termais por parte do Governo.