Cigarros são “mais fortes e mais perigosos que nunca”
Responsáveis pelos serviços de saúde dos EUA reuniram-se na Casa Branca para divulgar o último estudo do Surgeon General sobre as consequências do consumo de tabaco, cinco décadas após o primeiro relatório onde se alertava que fumar provocava cancro do pulmão.
Nos Estados Unidos, o consumo voluntário de tabaco permanece a primeira causa de morte prematura, com cerca de 500 mil óbitos por ano.
“Surpreendentemente, 50 anos depois ainda estamos a detectar novas formas de como o tabaco prejudica e mata as pessoas”, disse o director do Centro de controlo e prevenção de doenças, Thomas Frieden. “O tabaco ainda é mais prejudicial do que pensávamos”.
Quanto aos fumadores passivos, expostos ao fumo do tabaco, o documento refere que enfrentam riscos crescentes de ataque cardíaco.
Os responsáveis pelo relatório do Surgeon General alertam ainda para o facto de os cigarros modernos serem “mais fortes e mais perigosos que nunca”.
“Os fumadores têm hoje um maior risco de contrair cancro do pulmão em relação ao primeiro relatório do Surgeon General divulgado em 1964, e mesmo que fumem menos cigarros”. “A forma como os cigarros são fabricados e os químicos que contêm alteraram-se com os anos, e algumas dessas alterações podem ser um factor de maiores riscos de cancro do pulmão”, afirmam.
As taxas de fumadores nos Estados Unidos têm vindo a diminuir, com 18% por cento de fumadores actuais em comparação com os 42% há cinco décadas.
Um estudo norte-americano divulgado na semana passada demonstra que apesar de uma diminuição do número de fumadores em diversos países, o seu número aumentou de 721 milhões para 967 milhões em 2012, devido ao crescimento populacional ou ao aumento da popularidade dos cigarros nos países em desenvolvimento.