Cientistas vão seguir a vida de 100 pessoas durante décadas
O Projecto de Bem-Estar Cem Pessoas vai contar com 100 pessoas que disponibilizam o seu corpo em vida para investigação científica. A iniciativa, que vai começar em Março, centra-se na monitorização permanente dos seus participantes, em presumível bom estado de saúde no início do programa. Os cientistas vão começar por sequenciar a totalidade do genoma de cada participante. Depois, nos 25 anos seguintes, vão aferir com regularidade variáveis como os padrões de sono, ritmos cardíacos, bactérias intestinais, proteínas que sinalizam o estado dos órgãos, amostras de sangue ou actividade celular.
“O que é único sobre os humanos é a sua individualidade”, disse Leroy Hood, durante a reunião anual da Associação Americana (dos EUA). A intenção é “seguir a transição do coração, cérebro e fígado de um estado saudável para um doentio”, adiantou Hood, que é o presidente do Instituto para a Biologia de Sistemas, em Seattle, no Estado de Washington.
O foco deste programa-piloto de nove meses, que se pretende estender a 100 mil pessoas nos próximos quatro anos e fazer a monitorização contínua durante três décadas, é o de melhorar a saúde dos indivíduos, com base nas especificidades de cada um. Hood pormenorizou que os cientistas vão estar alerta para detectar “oportunidades susceptíveis de serem aproveitadas por cada indivíduo”, tais como a forma de se alimentarem melhor ou evitarem algumas drogas que podem ser perigosas dada a sua genética.
O Instituto de Hood orçamentou cerca de 10 mil dólares por participante e está a pagar através de donativos privados, segundo uma notícia da revista Nature, que caracterizou esta semana o projecto como sendo “invulgarmente minucioso”.