Inspecção da Saúde investiga

Caso de doente que morreu depois de não ter vaga em quatro hospitais

Doente ficou com infecção após operação no Hospital das Caldas e transferência foi recusada em quatro unidades. Acabou por ser recebido em Abrantes, onde morreu uma semana e meia depois.

A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) abriu um processo de investigação ao caso do doente operado no Hospital das Caldas da Rainha e que foi depois recusado por quatro unidades hospitalares por falta de camas nos cuidados intensivos.

O doente foi admitido no Hospital das Caldas da Rainha, com suspeita de um cancro raro. Após uma operação ao intestino terá contraído uma infecção, segundo avançou o Diário de Notícias desta quinta-feira [27 de Fevereiro]. Na sequência da infecção o doente precisou de ser transferido com urgência para um hospital com unidade de cuidados intensivos. Os hospitais de Santa Maria, em Lisboa, Loures, Santarém e Leiria disseram não poder receber o doente por falta de camas, diz o Público Online.

O doente chegou quatro horas mais tarde ao Hospital de Abrantes, onde esteve semana e meia internado e foi operado mais duas vezes, tendo morrido na segunda-feira. Segundo o mesmo jornal, a família pondera apresentar queixa e questiona a prática do cirurgião que assistiu o doente na primeira operação. Além disso, o Hospital das Caldas, pelas suas características, deveria ter uma unidade de cuidados intensivos – uma reclamação que é, aliás, antiga.

O Ministério da Saúde, através de um comunicado, lamentou a morte do doente e adiantou que já pediu “um cabal esclarecimento do caso” à IGAS. “Neste momento, a IGAS já deu início ao processo de investigação com vista a obter a correcta e total averiguação dos factos que antecederam ao falecimento em causa”, lê-se na nota onde a tutela refere que “a administração do Centro Hospitalar do Oeste [a que pertence o Hospital das Caldas da Rainha] assegurou que o processo de referenciação do doente para outro hospital do Serviço Nacional de Saúde decorreu com normalidade”.

O ministério nega também que tenha existido uma recusa, referindo que “a unidade de cuidados intensivos escolhida, pertencente ao Centro Hospitalar do Médio Tejo, resultou do facto de ser aquela que tinha vaga e meios técnicos adequados – incluindo cirurgia – para responder às necessidades clínicas da situação. Não se tratou de uma ‘recusa’, mas sim de uma transferência de acordo com os princípios e necessidades que a situação exigia”.

Fonte: 
Público Online
Nota: 
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