Associação CrescerBem apoia famílias de crianças doentes
A Associação foi fundada há três anos no Hospital D. Estefânia, mas já estendeu o seu trabalho aos hospitais Santa Maria e São Francisco Xavier. “Nos primeiros dois anos abrangemos mil famílias que circulam pelos hospitais”, disse a presidente da associação, Isabel Santos. Além da ajuda prestada nos hospitais, a associação acompanha estas famílias em casa. Semanalmente, dão-lhes alimentos, produtos de higiene, calçado e roupa, mas também prestam outro tipo apoio.
“São famílias sem uma estrutura familiar que as suporte, muitas vêm dos PALOP com uma criança doente pela mão, outras são mães solteiras ou adolescentes e muitas imigrantes sozinhas”, precisando de muito apoio, disse Isabel Santos.
Sobre o tipo de apoio prestado às famílias sinalizadas pelos serviços sociais dos hospitais, a responsável deu como exemplo: “Quando as mães são adolescentes, ajudamo-las a ser mães”.
A associação também “trata de todos os papéis necessários para a família poder receber as prestações sociais do Estado” e, no caso de serem imigrantes, trata da sua legalização no país e apoia a sua inserção no mercado de trabalho.
“Temos uma família oriunda dos PALOP com uma criança que tem um tumor no cérebro, invisual, e estamos a tratar da sua escolaridade num equipamento do Estado com ensino especial para invisuais”, exemplificou. Há também o caso de uma criança que faz diálise em casa, em que as voluntárias estão a ensinar a mãe a ler, a escrever e a organizar a casa, além de acompanharem o calendário de saúde do menor.
Em 2013, a associação ajudou 33 crianças em regime de visita domiciliária, fez cerca de 900 visitas a casa destas famílias, entregou alimentos a 300 famílias e distribuiu 50 lanches no serviço de prematuros do Hospital de Santa Maria.
“Dar comida aos utentes não fazia parte do projecto base da instituição, mas as crescentes carências das famílias, com grandes dificuldades na aquisição de leites e papas para os bebés, ditaram a necessidade da entrega mensal de cabazes”, explicou Isabel Santos.
Segundo a associação, 89% das famílias acompanhadas em regime de ambulatório não têm recursos financeiros suficientes.
Das famílias apoiadas no domicílio, 61% das mães estão desempregadas e apenas metade dos pais está empregado. As famílias apoiadas são, sobretudo, nucleares (46%) e monoparentais extensas (21%). A nacionalidade é maioritariamente portuguesa (46%), cabo-verdiana (17%) e angolana (17%). A grande parte dos bebés é sinalizada devido a dificuldades na prestação de cuidados (29%).
Em regime de visita domiciliária, a associação apoia famílias com crianças até aos seis anos, mas como há casos de crianças mais velhas a precisar de apoio, têm sido “abertas excepções que têm corrido muitíssimo bem”.
Devido a estas situações, “estamos a considerar alterar os estatutos e alargar o projecto a crianças aos 18 anos com risco biológico acrescido”, avançou Isabel Santos.