Apenas 4% dos toxicodependentes presos seguem tratamento
Facilitar o diálogo institucional, designadamente entre a área da saúde, da justiça e da reinserção, para que toxicodependentes possam ser enviados para tratamentos coercivos, é um dos objectivos do projecto Alternative - um dos principais, no contexto do trabalho desenvolvidos -, que já está a ser posto em prática em Portugal, França, Itália e República Checa.
Em Portugal, o projecto Alternative está a trabalhar em dois estabelecimentos prisionais - Sintra e Lisboa -, de modo a que seis reclusos usufruam da liberdade condicional, numa unidade de recuperação para toxicodependentes.
No estabelecimento prisional de Sintra, cinco reclusos estão abrangidos pelo projecto e, no de Lisboa, um, adiantou Miguel Lago, coordenador do projecto. Para já concluiu-se que apenas 3 a 4 % da população prisional com problemas de toxicodependência é encaminhada para tratamento.
O coordenador do projecto Alternative acrescentou ainda que já foram feitos perto de 200 contactos e que se encontram a aguardar decisão de juízes de execução de penas para que possam trabalhar com mais casos, em Portugal.
O projecto Alternative, que também integra a Cruz Vermelha francesa, o grupo Abele, de Itália, e a organização não-governamental checa Sananin, visa promover a aplicação de medidas alternativas à prisão para toxicodependentes reclusos ou toxicodependentes com problemas com a justiça, disse Miguel Lago.
Realizado no Refeitório dos Frades da Assembleia da República, o debate foi promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Associação dos Ex-deputados da Assembleia da República (AEDAR).