Centro Hospitalar de São João

Administração solidária com demissão dos dirigentes intermédios

A administração do Centro Hospitalar de São João, no Porto, anunciou, ontem, que todos os dirigentes intermédios daquela estrutura se demitiram, mas não esclarece se ela própria vai abandonar o cargo, dizendo-se solidária com os demissionários.

Em comunicado enviado à redação do JN, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) adianta que "os responsáveis pelas oito unidades intermédias de gestão do Centro Hospitalar de São João e os 58 directores de Serviços clínicos e não clínicos decidiram presentar o seu pedido de demissão", em reunião efetuada ontem de manhã.

O Conselho de Administração manifesta-se "solidário com as lideranças intermédias" do CHSJ, tendo "reportado esta situação à tutela" e esclarece as razões aduzidas pelos dirigentes para apresentarem a demissão.

Segundo a administração, a demissão conjunta justifica-se com o facto de "a qualidade na prestação de cuidados de saúde à população estar em risco", com "a desvalorização do Centro Hospitalar de São João e da sua missão no contexto da região e do país" e com "a impossibilidade da implementação do desenvolvimento estratégico do Centro Hospitalar de São João".

É ainda apontado como motivo para a saída em bloco o "impedimento da ação gestionária do Conselho de Administração e das estruturas intermédias de gestão do Centro Hospitalar, por via da centralização administrativa, no que concerne a políticas de recursos humanos, investimentos, manutenção estrutural, infraestrutural e de equipamentos e compras, que afectará gravemente a prossecução da sua missão e a actividade assistencial, apesar de, reiteradamente, o Centro Hospitalar de São João apresentar resultados económico-financeiros positivos e resultados clínicos e assistenciais ao nível dos melhores da Península Ibérica".

Entretanto, o PS pediu já explicações ao Governo sobre as alegadas demissões.

"A notícia da demissão em bloco de todo o conselho de administração do hospital de São João no Porto e dos 31 directores de serviço é uma má notícia para o Serviço Nacional de Saúde, mais uma, e um grande constrangimento para o país em geral e para o norte em particular", declarou o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro, que falava aos jornalistas no parlamento.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
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