Devido ao aumento do horário de trabalho

250 mil utentes passaram a ter médico de família

Mais de 250 mil utentes passaram a ter médico de família desde Janeiro de 2013, graças ao aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais. Mas mesmo assim, mais de um milhão de utentes continua sem clínico.

No último ano e cinco meses, 1.314 médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) começaram a trabalhar mais cinco horas por semana. Desses, 732 são médicos de família. Esta transição para as 40 horas semanais permitiu dar médico de família a mais 256 mil utentes.

Quer o número de médicos de família a 40 horas, quer o número de utentes abrangidos, foram avançados pelo presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), João Carvalho das Neves, numa entrevista publicada, esta quinta-feira, no primeiro boletim informativo da instituição e que passará a ser divulgado com uma periodicidade trimestral. Já o número total de médicos a transitar das 35 horas para as 40 horas foi avançado ao Negócios por fonte oficial da ACSS.

O alargamento do horário de trabalho nos centros de saúde permitiu a estes médicos alargarem a sua lista de utentes de 1.500 para 1.900 utentes, aproximadamente, o que contribuiu para a redução do número de utentes sem médico. Ainda assim, e apesar destas medidas, a par da limpeza das listas (eliminação de registos duplicados, de utentes já falecidos ou emigrados), continua a haver 1,1 milhão de utentes sem médico de família.

Apesar destas medidas, a par da limpeza das listas, continua a haver 1,1 milhão de utentes sem médico de família.

O horário das 40 horas, bem como o alargamento das listas de utentes, foram algumas das medidas que ficaram estabelecidas no acordo assinado entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde no final de 2012. Nesse documento ficou previsto que os médicos contratados a partir de Janeiro de 2013 entrassem logo a 40 horas e todos os que já estavam no sistema e quisessem passar a trabalhar mais horas – a troco de mais salário – teriam de fazer o pedido. O Negócios já tentou apurar quantos pedidos foram rejeitados pelo Ministério de Paulo Macedo, mas não obteve resposta. Certo é que a partir do próximo ano essa transição vai ser automática.

De recordar que o processo de negociação que culminou neste acordo entre os sindicatos e o Ministério da Saúde durou quase um ano, com uma greve dos médicos, sem memória, pelo meio.

 

Fonte: 
Negocios online
Nota: 
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