Opinião

Viver com cancro da mama metastático

Atualizado: 
13/10/2022 - 09:42
Assinala-se, a 13 de outubro, o Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático. O cancro é metastático quando a doença passou do tumor primário para outras partes do corpo. Neste caso particular, da mama para os ossos, fígado e/ou pulmões ou, menos frequentemente, outros órgãos.

Embora não tenham cura, os avanços na ciência, particularmente desenvolvidos nesta área, levam a que grande parte dos casos de cancro da mama metastático possa ser tratada como doença crónica. Ou seja, a pessoa terá de conviver com a doença, que passará a ser controlada através de terapêutica, tal como acontece com outras patologias crónicas como diabetes ou hipertensão.

O cancro da mama metastático tem maior incidência nas mulheres a partir dos 45 anos. Uma altura em que as suas vidas profissionais e familiares são tendencialmente mais ativas e muito exigentes. Receber um diagnóstico de cancro de mama metastático será, provavelmente, um dos seus maiores desafios. Nesta fase, é essencial o apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho. Só assim poderão fazer a gestão da doença e ultrapassar os obstáculos que com ela chegarão.

O apoio no plano pessoal poderá ser assegurado pela família e dos amigos, fundamentais em todo o processo. Já no contexto profissional, a equipa de trabalho poderá dar um importante contributo através da adoção de medidas simples como a adaptação de objetivos ou de horários, ou mesmo no ajuste das funções desempenhadas pela sobrevivente.

Também fundamental, será a manutenção de um estilo de vida saudável seja através de uma dieta equilibrada, da prática regular de exercício físico (adaptado às suas limitações) e da realização de atividades estimulantes do ponto de vista cognitivo.

Informe-se

A par dos apoios acima citados, o contacto com pares e profissionais de saúde pode ser essencial para o controlo e para o convívio com a doença. Partilhar conhecimento, relatar e ouvir outras experiências e desenvolver relação com quem está “no mesmo barco” podem ser importantes pilares na gestão das emoções e da evolução da doença.

Existem múltiplos grupos compostos por doentes ou voluntários que podem ajudar sobreviventes e familiares a encontrar suporte e compreensão. Existem, também, portais onde se pode encontrar informação fidedigna e assim recuperar o controlo.

O guia “Eu e o Cancro da Mama”, disponível em www.eueocancrodamama.pt, responde a perguntas frequentes sobre diagnóstico, tratamento, emoções, saúde, relacionamentos ou trabalho, num formato prático e em linguagem acessível. Tal como noutros portais verificados e validados por especialistas, pode ser um grande aliado ao longo de todo o processo.

Autor: 
Dra. Ana Joaquim - médica oncologista coordenadora do programa ONCOMOVE da AICSO
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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