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Uso de probióticos em Gastrenterologia

Atualizado: 
29/04/2020 - 10:48
A colonização do trato gastrintestinal por microbiota começa imediatamente após o nascimento e é afetada por fatores tão diversos como o modo e o tipo de parto, a dieta inicial, a localização geográfica e os fatores genéticos. A colonização fica completa aos 18-24 meses. “Os prebióticos e os probióticos podem exercer efeitos moduladores nesta população de micro-organismos”, afirmou o Prof. Miguel Mascarenhas Saraiva, do Hospital CUF e Laboratório ManopH, no Porto. “Mas o que é necessário para que um probiótico seja eficaz?”.

Um probiótico não é igual a outro e “muitos dos probióticos disponíveis no mercado não foram corretamente testados em termos de resistência à digestão enzimática e viabilidade das bactérias disponíveis, nem foram submetidos a estudos clínicos. E os resultados dos estudos com um probiótico específico não podem ser extrapolados para a generalidade”, sublinhou o Prof. Miguel Mascarenhas Saraiva. Em Gastrenterologia, os probióticos são aplicados nas situações seguintes: diarreia associada aos antibióticos, diarreia do viajante, diarreia infeciosa, doença associada a Clostridium difficile, síndrome do intestino irritável, Helicobacter pylori, doença inflamatória intestinal, bursite, enterocolite necrosante, síndrome de intestino curto e prevenção de cancro colorretal. A evidência sugere que a utilização de probióticos reduz o risco de diarreia associada aos antibióticos (L. rhamnosus, L. reuteri protectis, S. boulardii; RR=0,58). No entanto, “é necessária mais evidência para determinar que probióticos se associam a maior eficácia e em que doentes a receber que antibióticos específicos”.

A diarreia do viajante está associada a vários tipos de agentes (E. coli e outras bactérias, vírus, parasitas), sendo que a maior parte dos estudos mostra reduzido efeito dos probióticos na prevenção. Apenas dois estudos sugerem efeitos benéficos: o LGG (Lactobacillus rhamnosus GG) pode diminuir o risco de desenvolver diarreia em 3,9%/dia e o L. reuteri poderá ter um efeito benéfico. Na diarreia infeciosa, embora esteja demonstrado benefício, “a maioria dos estudos foi efetuada em idade pediátrica”.

Na erradicação de Helicobacter pylori, os probióticos são úteis na prevenção da diarreia associada ao tratamento de erradicação. Alguns estudos sugerem um papel no aumento da taxa de erradicação, outros mostram ausência deste efeito. “Para já, sabe-se que há melhor tolerância ao tratamento de erradicação, com um associado aumento da compliance e aumento da taxa de erradicação”, concluiu o Prof. Miguel Mascarenhas Saraiva.

Autor: 
Jaba Recordati
Fonte: 
Jaba Recordati
Nota: 
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Foto: 
Pixabay