Metade das crianças com asma não tem doença controlada

Todas as crianças com suspeita de asma devem ser avaliadas e tratadas de acordo com as recomendações internacionais

Atualizado: 
01/06/2021 - 12:51
A asma é uma das doenças crónicas mais frequentes em idade pediátrica. Estima-se que em Portugal, abaixo dos 18 anos, tenha uma prevalência de 8,4%, o que corresponderá a aproximadamente 175.000 crianças e adolescentes.

De acordo com os dados nacionais, cerca de metade das crianças com asma não terá a sua doença controlada. Um dos maiores obstáculos para alcançar o controlo resultará da fraca perceção do impacto real da asma na qualidade de vida da criança, e das limitações que advêm da ausência de controlo, em atividades características desta faixa etária, como rir, correr e brincar. A má perceção dos sintomas por parte das crianças e dos pais, origina subdiagnóstico, subtratamento e não adesão à terapêutica.

A asma não controlada associa-se com faltas escolares da criança, laborais dos pais, mais consultas médicas, mais idas aos serviços de urgência, maior número de internamentos hospitalares, e potencialmente, com maior mortalidade por asma.

Uma preocupação dos efeitos a longo prazo é que a asma esteja associada com obstrução fixa das vias aéreas, anos mais tarde, já na idade adulta. Na criança, este risco associa-se sobretudo com a asma não controlada, que contribuirá para o um crescimento pulmonar anormal.

Controlar a asma implica tratá-la de forma adequada. O tratamento da asma compreende dois tipos de medicamentos: a medicação de controlo (especialmente anti-inflamatórios – corticosteroides inalados) que deve ser tomada de forma regular para prevenir o aparecimento dos sintomas, melhorar a função pulmonar e prevenir as crises; e a medicação de alívio (broncodilatadores de ação rápida) para o tratamento das crises.

Neste dia da criança, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), alerta para a necessidade de que todas as crianças com suspeita de asma sejam avaliadas e tratadas de acordo com as recomendações internacionais da Global Initiative for Asthma (GINA). O tratamento adequado da asma contribuirá para uma melhor qualidade, e constituirá um investimento na saúde futura da criança.

Autor: 
Dr. Pedro Carreiro Martins - Vice-presidente da SPAIC; Assistente Graduado de Imunoalergologia
Hospital de Dona Estefânia; Professor Auxiliar com Agregação
NOVA Medical School
UNL
Nota: 
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