Sensação constante de apatia e estagnação? Entenda o que é languishing
“O languishing não é uma doença, mas sim um estado emocional que caso não seja tratado, pode evoluir para patologias severas como a depressão”, explica o Fabiano Abreu, PhD em neurociência e Mestre em Psicanálise. “É caracterizado por uma sensação de vazio, marcada pela apatia e a falta de esperança”, contextualiza o especialista.
As mulheres são as mais afetadas pelo languishing. Não há estudos que apontem as causas exatas, mas especialistas acreditam que a divisão desigual de tarefas domésticas e fatores como a pressão social que recai sobre as mulheres a respeito da criação dos filhos estejam relacionados.
É importante destacar que o languishing é marcado por apatia e desânimo por longos períodos: “é normal ficar 1 ou 2 dias desanimado, afinal a tristeza também faz parte da vida. Agora quando se trata de uma constante, algo que continua por semanas ou até meses, é necessário investigar mais a fundo e tomar medidas sobre a situação”, adverte Fabiano de Abreu.
De acordo com o neurocientista, esse estado emocional repercute em alterações no funcionamento cerebral: “o sistema homeostático do cérebro é alterado. É como se o sistema de deteção de ameaças do cérebro estivesse em alerta, entretanto, não é encontrada a solução através de uma tomada de decisão”, explica. “Eu chamo de ansiedade constante, ativa, sem recursos, que molda o cérebro e nos leva a um definhamento ou um estado de definhar crónico. Um vazio entre a depressão e o florescimento, marcado pela ausência de bem-estar”, afirma.
Caso note que está a viver um estado emocional de languishing, procure cuidar do seu bem-estar emocional e mental antes que evolua e se torne uma depressão. Fabiano de Abreu indica que seja adotada uma mudança na rotina em prol do bem estar, incluindo planear novos programas ou traçar um objetivo que lhe promova esperança e bem estar: “comece pelos objetivos pequenos e evolua de forma gradativa para recuperar o seu ânimo e viver uma nova vida”, orienta o neurocientista Fabiano de Abreu. Outra dica é procurar ajuda especializada junto de um psicólogo.