Infeção Viral

Sarampo: o que é e como se transmite?

Atualizado: 
10/09/2019 - 11:52
Embora se trate de uma doença geralmente benigna, em alguns casos, o sarampo pode ser grave e até fatal. A vacinação é a principal arma contra esta infeção viral que se caracteriza pelo aparecimento de manchas vermelhas na pele, tosse, febre e corrimento nasal.
Criança com termómetro a medir a febre

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, provocada por um vírus – designado por Morbillivirus - que se transmite de pessoa para pessoa, por via aérea através de gotículas ou aerossóis. Tossir ou espirrar é suficiente para propagar a doença, por isso todo o cuidado é pouco.

Quais os sintomas?

Esta doença tem um período de incubação que pode variar entre 7 a 21 dias, o que significa que pode ser portador do vírus sem o saber. O contágio ocorre mais tarde, durante o curso da doença, sendo que as primeiras manifestações desta infeção viral são a febre (que pode ser alta) e mal-estar, seguidas de corrimento nasal, conjuntivite e tosse.

Em alguns casos, e imediatamente antes da erupção cutânea que a caracteriza, podem surgir pequenos pontos brancos no interior da bochecha.

O exantema surge inicialmente no rosto e só depois se propaga pelo tronco e membros.

O período de contágio ocorre entre seis dias antes e quatro dias depois do surgimento das primeiras placas avermelhadas na pele. No entanto, em doentes imunodeprimidos este período pode ser mais prolongado.

Quais as complicações?

O sarampo tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalite. No caso de infeção cerebral, estima-se que esta ocorra em 1 caso entre 2000, pelo que não é assim tão frequente embora seja a complicação mais grave associada ao Sarampo.

Qual o tratamento?

Não existem medicamentos específicos para a doença. O seu tratamento consiste no alívio dos sintomas que cursam com a infeção, como a febre, as dores musculares e a tosse, resolvendo-se ao fim de 2 a 3 semanas.

Como prevenir a doença?

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entre 2000 e 2015, foi possível prevenir cerca de 20 milhões de mortes, em todo o mundo, com a vacinação.

Em Portugal, a vacina contra o sarampo é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV), devendo ser administrada em duas doses: aos 12 meses e aos 5 anos.

Embora não seja uma vacina obrigatória (porque não há vacinas obrigatórias em Portugal), é altamente recomendada pelas autoridades de saúde, médicos e pediatras, devendo ser cumpridas as duas doses nas idades indicadas no Programa de Vacinação.

O que é a imunização?

A imunização pode ocorrer naturalmente (quando as pessoas são expostas a bactérias ou vírus) ou ocorrer através da vacinação. Quando as pessoas são imunizadas contra uma doença, elas normalmente não contraem a doença ou contraem apenas uma forma leve da mesma (já que nenhuma vacina é 100% eficaz). Em todo o caso, a imunização possibilita ao corpo defender-se melhor contra a infeção.

Em Portugal, estima-se que a taxa de imunização contra o sarampo se situe nos 95%. Embora a vacina tenha sido incluída no PNV (com uma dose) apenas em 1974 (a 2ª dose foi introduzida em 1990), considera-se que a maioria das pessoas nascidas antes desta data está protegida por ter tido a doença e aquelas que nasceram após a sua introdução no PNV estão protegidas por terem sido vacinadas.

O que acontece se houver um surto?

Durante um surto, algumas pessoas vacinadas podem vir a contrair a doença, por diminuição, ao longo do tempo, da proteção conferida pela vacina.

No entanto, o sarampo em pessoas já vacinadas é mais ligeiro, a probabilidade de haver complicações clínicas é muito menor e o doente é menos contagioso para os outros.

Artigos relacionados

Sarampo: movimento antivacinas compromete a imunidade de grupo

Cuidados e sintomas da varicela

Papeira

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
SNS
Manual MSD
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock