Alergias

Sabe controlar a rinite alérgica?

Atualizado: 
17/10/2019 - 12:00
Conheça as principais causas e sintomas da rinite alérgica, assim como algumas estratégias de prevenção que permitem evitar as crises.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de 22% da população portuguesa tem rinite alérgica[1]. Ainda que seja um problema transversal a todos, as crianças entre os 3 e os 5 anos são o principal grupo de risco. Esta é, tradicionalmente, uma doença subdiagnosticada e subtratada. A melhor forma de contrariar esta tendência é saber identificar e estar atento aos sintomas mais frequentes, assim como conhecer as principais causas e formas de prevenção.

Com particular incidência na mucosa nasal, é uma doença inflamatória que surge na sequência de uma exposição a determinadas substâncias ou estímulos alergénicos. Como resposta a esse processo inflamatório, o sistema imunológico reage através de espirros e tosse. Por outro lado, o nariz também é bastante afetado, seja por entupimento, comichão ou corrimento. As perturbações ao nível dos olhos, nomeadamente prurido, lacrimejo e vermelhidão[2] são igualmente frequentes.

Segundo a SPAIC, é comum que a rinite alérgica preceda o aparecimento de asma. De facto, é mesmo considerada um risco independente para o seu desenvolvimento. A relação entre estas duas patologias é de tal ordem que quase metade dos doentes com rinite alérgica tem asma. A percentagem de asmáticos com rinite alérgica é ainda mais elevada, estimando-se que esse seja um quadro comum em 80% dos casos[3].

Os ácaros do pó doméstico, assim como fungos, pelos de animais e poeiras estão entre as causas mais comuns de rinite alérgica. Outros dos gatilhos são os pólenes, cujas concentrações se verificam com maior incidência na primavera e no verão[4]. No que toca aos fatores de risco, o facto de ter outras alergias ou asma, dermatite atópica ou ser parente direto de alguém que possua alguns destes problemas, aumenta a possibilidade de ter rinite alérgica. Viver ou trabalhar em ambientes constantemente expostos a alérgenos como pelos de animais, ácaros ou fumo do tabaco, principalmente nos primeiros 12 meses de vida, eleva a possibilidade de vir a ter rinite alérgica.

A variação dos graus de intensidade da rinite alérgica está diretamente relacionada com a gravidade e consequências da doença. Caso se trate de uma situação ligeira e controlada, não existem grandes problemas para o doente. Mas, perante um quadro cujos sintomas se prolonguem ou alternem a cada quatro ou mais dias durante a semana, ou durante um mês seguido, podem registar-se problemas de sono e perturbações das atividades quotidianas, assim como no rendimento escolar ou laboral. Estes estados, definidos como moderados ou graves, podem dar lugar ao aparecimento de asma, sinusite e otites no ouvido médio, em especial nas crianças[5].

A confirmação de rinite alérgica surge através da verificação do historial clínico ou, se necessário, após a realização de exames como análises sanguíneas e testes cutâneos. O objetivo desses exames é verificar se existe alguma reação alérgica a determinada(s) substância(s)[6].
A melhor forma de contrariar uma crise de rinite alérgica é evitar o contacto com alergénios identificados. Caso se trate de um tipo de alergia sazonal, deve evitar-se as atividades ao ar livre, principalmente quando os índices de pólen na atmosfera atinjam valores elevados. Pode verificar esses valores nos boletins polínicos disponíveis no site da Rede Portuguesa de Aerobiologia[7].

Se se provar que a rinite é uma reação aos ácaros do pó, deve ter o cuidado de ventilar bem a casa, com especial atenção ao quarto de dormir. Além disso, deve lavar os lençóis, a temperaturas acima dos 60°C, assim como aspirar bem o chão e o colchão. Desaconselhável será o contacto com elementos que acumulem pó como as alcatifas, tapetes ou livros. Além disso, as crianças devem evitar o contacto com peluches.

É comum a toma de anti-histamínicos, anti-inflamatórios ou descongestionantes, orais ou tópicos[8]. Existem mesmo casos em que pode ser recomendada a toma de vacinas antialérgicas ou a realização de sessões de imunoterapia. A par disso, deve avaliar-se a eficácia do tratamento e manter o médico informado da frequência e intensidade das crises de rinite alérgica.

 


 

Autor: 
Dra. Ana Miranda – Serviços Clínicos Médis
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay