Primavera: a estação impulsionadora da conjuntivite alérgica está de volta
A época polínica, altura em que os pólenes estão em grandes quantidades no ar, é a razão pela qual as alergias, de uma forma geral, têm o seu pico nesta altura do ano, habitualmente de março a julho - e as alergias oculares não fogem à regra!
Tal como o próprio nome indica, a alergia ocular (ou conjuntivite alérgica) é uma infeção ou inflamação da conjuntiva (a membrana que reveste a pálpebra e cobre o branco do olho) causada por uma reação alérgica. Ou seja, quando exposta a uma grande variedade de estímulos como, pólen, esporos de fungos ou ácaros do pó, a conjuntiva liberta substâncias químicas, que provocam a tão característica inflamação nos olhos.
Há, no entanto, dois tipos de conjuntivite alérgica - estacional (comum na primavera e/ou no outono) e perene (ao longo de todo o ano). Segundo José Salgado Borges, Médico e Cirurgião Oftalmologista, “os principais sintomas deste tipo de doença são, geralmente, a comichão nos olhos, espirros e coriza nasal. As pessoas com qualquer uma das formas de conjuntivite alérgica sentem ardência intensa em ambos os olhos.”
Estima-se que, atualmente, cerca de 20% das pessoas apresentam alguma manifestação, embora muitas vezes ligeira, de conjuntivite alérgica. Para reduzir as alergias nesta estação, há várias ações que poderão ser feitas, como utilizar óculos escuros com 100% filtração ultravioleta, manter as janelas fechadas durante a manhã, e evitar andar ao ar livre nas primeiras horas do dia (alturas de maior polinização). Por outro lado, é fundamental evitar a acumulação de pó e de ácaros domésticos.
Relativamente ao tratamento, “a conjuntivite alérgica é tratada inicialmente com lágrimas artificiais, mas muitas vezes o recurso a anti-histamínicos de aplicação tópica, de preferência sem conservantes, é crucial, fundamentalmente durante o período de contacto com o alergénio (a substância que provoca alergia). O anti-histamínico tópico pode ser usado também na prevenção”, afirma José Salgado Borges. É também importante evitar o ato de esfregar e arranhar os olhos, uma vez que pode levar à vermelhidão cutânea, inchaço e aparência enrugada das pálpebras.
De um modo geral, a conjuntivite alérgica não causa sequelas, nem pode ser transmissível. Mas, excecionalmente, pode provocar uma ceratite (inflamação da córnea) ou uma úlcera de córnea, pelo que, com o regresso da primavera, é importante estar atento a possíveis sintomas e procurar ajuda médica, sempre que necessário!