Opinião

Prevalência da doença psiquiátrica em Portugal

Atualizado: 
13/07/2021 - 15:54
A incidência da doença mental em Portugal é uma situação que preocupa, cada vez mais, o país e o mundo. Os dados são assustadores e a curva da ascensão está cada vez mais acentuada.

No Primeiro Relatório Epidemiológico Nacional de Saúde Mental (2015), foi realizado um estudo com pessoas de nacionalidade portuguesa, com mais de 18 anos e de ambos os géneros. Pessoas não-institucionalizadas, residentes em morada privada e apenas no continente, constituindo uma amostra representativa da população adulta portuguesa.

De acordo com o estudo realizado, verificou-se que a prevalência das perturbações psiquiátricas é superior a um quinto. Portugal tem a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, conjuntamente com a Irlanda do Norte.

Tendo em conta o 1.º relatório Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, Portugal, relativamente aos outros países europeus, apresenta maior prevalência de doença psiquiátrica em quase todos os grupos de perturbações do foro mental.

De acordo com os dados estatísticos, Portugal, em comparação com outros países da Europa, nas perturbações:

  • de Ansiedade, posiciona-se em 1.º lugar;
  • do Humor, posiciona-se em 3.º lugar;
  • de Controlo dos Impulsos, posiciona-se em 1.º lugar;
  • por Utilização de Substâncias, posiciona-se em 3.º lugar.

Com os resultados deste estudo, podemos concluir que uma em cada cinco pessoas da amostra apresentou perturbação psiquiátrica e as perturbações de ansiedade são as que têm maior prevalência em Portugal, sendo que as mulheres, pessoas separadas e viúvas apresentam maior frequência de perturbação psiquiátrica. As perturbações não apresentam distribuições semelhantes entre sexos. Se, por um lado, as mulheres apresentam mais perturbações depressivas e de ansiedade, por outro, os homens acabam por ter uma maior incidência de perturbações por abuso de substâncias e de controlo de impulsos.

Deixo, para refletir, uma frase de Nathanael West: “Os números constituem a única linguagem universal”.

Autor: 
Rita Rodrigues - Psicóloga e Coordenadora-Geral de Adultos da RECOVERY IPSS
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay