Dor é o principal sintoma

Pedras nos rins: como se formam e como se tratam?

Atualizado: 
10/03/2022 - 11:25
Considerada a terceira doença mais frequente do aparelho genitourinário, estima-se que a Litíase do aparelho urinário, vulgarmente conhecida por cálculos renais ou pedras nos rins, afete pelo menos uma pessoa em cada 100 ao longo da sua vida. Na maioria dos casos, a pedra é expelida espontaneamente com a urina, noutros necessita de tratamento.

Tratando-se de cristais duros que são gerados a partir de resíduos químicos presentes na urina e que se juntam, ao longo do tempo, formando conglomerados de proporções progressivamente maiores, os cálculos no trato urinário começam a formar-se dentro de um rim e podem aumentar de tamanho no ureter ou na bexiga. Conforme a sua localização, estes podem ser denominados de cálculos renais, ureterais ou vesicais.   

Mais frequentes entre o sexo masculino, aumentando a sua incidência com a idade, os cálculos renais podem apresentar um tamanho variável, indo do tamanho de um grão de areia a uma bola de golfe.  

Como se manifesta?

Os cálculos podem ficar alojados nos rins durante muitos anos sem apresentar qualquer sintomatologia. O problema é quando os cálculos se deslocam para a bexiga através das vias urinárias.

O primeiro sintoma, geralmente, é a dor. A deslocação do cálculo através das vidas urinária pode provocar cólicas renais, que provocam dor aguda e intensa nas costas, e que pode alastrar para a parte da frente do abdómen e, por vezes, atingir as virilhas.

A presença de sangue na urina, que pode ser visível ou identificada através de análise é outro dos sintomas frequentes.

Há ainda pacientes que se queixam de náuseas e vómitos e outros que apresentam arrepios, suores e febre, acompanhados de urina turva ou com um cheiro desagradável, o que pode sugerir a existência de infeção.

A cólica renal associa-se, habitualmente, a uma urgência urinária e a um desconforto na região da bexiga, ambos causados pela passagem do cálculo da uretra para a bexiga. Estes sintomas são idênticos aos encontrados na infeção urinária.

O que está na sua origem?

Entre as principais causas para a formação de pedra nos rins estão as malformações congénitas ou adquiridas, má alimentação e a deficiente hidratação.

Por outro lado, sabe-se que as pessoas com histórico familiar de formação de cálculo têm uma maior probabilidade de desenvolver cálculos de cálcio. Além disso, as pessoas que passaram por cirurgia para perda de peso, como é o caso da cirurgia bariátrica, também apresentam um risco aumentado de formação de cálculos.

Diagnóstico e tratamento

Os médicos normalmente suspeitam de cálculos em pessoas com cólica renal. O seu diagnóstico feito com base no exame clínico e confirmado através de alguns exames complementares, como a análise da urina e a ecografia renal e vesical (da bexiga).

Quando existem dúvidas ou caso se pretenda definir com maior precisão as dimensões dos cálculos e a sua localização exata, pode ser necessário fazer uma tomografia computorizada (TAC).

No que diz respeito ao tratamento, se o cálculo renal for muito pequeno, pode não haver necessidade de intervenção já que pode sair por si. Os cálculos inferiores a 5mm são eliminados espontaneamente em cerca de 90% dos casos.

Caso seja necessária a intervenção cirúrgica, existem dois tipos de abordagem que dependem da composição e localização dos cálculos:  a Litotrícia extracorporal por ondas de choque (LEOC) e a Ureterorrenoscopia, uma exploração endoscópica do ureter em que o cálculo é fragmentado e depois retirado.

O que fazer para prevenir?

A prevenção passa por medidas gerais, como o aumento da ingestão de líquidos e alterações na alimentação. É importante que os doentes bebam cerca de dois litros de líquidos por dia (três litros nos dias mais quentes) de modo a tornarem a urina menos concentrada e dificultar a formação de novos cálculos.

No que diz respeito à alimentação é importante, reduzir o consumo de sal e de certos alimentos. Por outro lado, se tem antecedentes pessoais ou familiares de pedra nos rins, deve reduzir a ingestão de carne e peixe e alimentos ricos em oxalato, como espinafres, chocolate, chá preto, frutos secos e figos.

A ingestão de gorduras e de açúcar deve ser limitada e o álcool e o tabaco também devem ser evitados.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
CUF; Manuais MSD; HFF
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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