Opinião

Paradigmas pós-Covid do setor da biotecnologia

Atualizado: 
16/12/2021 - 12:30
A pandemia trouxe à luz ineficiências de longa data nos paradigmas de funcionamento biofarmacêutico, assinalando o início de uma reforma há muito esperada. Por um lado, a digitalização acelerada da investigação e o desenvolvimento biofarmacêutico pode ajudar a democratizar os ensaios clínicos, permitindo a participação de pessoas de diferentes idades, raças, e contextos socioeconómicos e, por outro lado, o desenvolvimento de medicamentos pode ser acelerado através de um recrutamento mais representativo, o que leva a um time-to-market mais rápido para os produtos farmacêuticos.

Também o setor da prestação de serviços às empresas, pode aproveitar a tecnologia para promover interações mais significativas e convenientes com médicos e pacientes. Os médicos, por sua vez, podem estar mais interessados em experimentar novos produtos se forem promovidos de forma mais adequada, e os pacientes podem ter mais confiança nos produtos farmacêuticos como resultado de um maior envolvimento.

Neste sentido, os benefícios de aumentar a eficiência organizacional e de adotar uma estratégia centrada no cliente são óbvios, e podem ser uma situação vantajosa para todas as partes envolvidas. Os fabricantes devem assegurar-se, por isso, de que capitalizam a dinâmica gerada pelos projetos de transformação digital acelerada, ajustamentos estratégicos, e reestruturação comercial, a fim de permanecerem competitivos no futuro e assegurarem a viabilidade do modelo operacional.

Ainda assim, algo a considerar para investir ou devem os investidores ser mais cautelosos?

Neste cenário, alguns cientistas acreditam que a biotecnologia está na sua "era dourada". Os avanços científicos estão a preparar o caminho para novas estratégias de tratamento e prevenção de doenças que anteriormente eram apenas uma teoria. Também criam uma panóplia de opções de investimento, já que muitas ações biotecnológicas são bastante atrativas. Encontramos empresas que recorrem a inteligência artificial para encontrar melhores tratamentos para doenças neurológicas e imunológicas; empresas que estão a criar uma plataforma de medicina imunológica utilizando a biologia inata do sistema imunitário adaptativo para transformar o diagnóstico e tratamento de várias doenças e ainda negócios biofarmacêuticos que investigam, desenvolvem e comercializam medicamentos de baixo peso molecular para o tratamento do cancro e de doenças imunológicas.

O leque é distinto e permite antecipar um futuro tecnologicamente renovado para este setor.

Autor: 
Maxim Manturov - Head of Investment Research Freedom Finance Europe
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay