Otite média aguda
A otite média aguda e extremamente comum em crianças, tendo dois picos etários: dos seis aos 11 meses e dos quatro aos cinco anos. É rara em bebés antes dos três meses. Afeta 80% das crianças abaixo dos dois anos e é responsável por 1/3 das visitas ao médico abaixo dos cinco anos. Nestas, a principal causa é o aumento dos adenoides cronicamente inflamados, juntamente com a conformação anatómica da trompa de Eustáquio, mais horizontal, que facilita a migração de bactérias para o ouvido médio.
Até aos dois anos de idade, a otite média aguda é frequentemente bilateral. Esta doença pode, contudo, ocorrer em qualquer idade, havendo quase sempre uma infeção respiratória precedente.
Afeta mais frequentemente o sexo masculino
Existem vários fatores de risco para o seu desenvolvimento tais como fatores genéticos, alterações anatómicas, atopia, imaturidade imunológica, ou fatores ambientais, como a presença muito cedo em infantários, bem como hábitos tabágicos dos pais.
Os sintomas predominantes são: uma dor no ouvido (otalgia) severa e pulsátil de início súbito.
A dor é associada a perda de audição (hipoacúsia) e acufenos, muitas vezes pulsáteis, e febre que pode chegar aos 40 graus celsius.
Uma criança que não se sabe queixar apresenta-se irritada, prostrada, febril, que chora e grita, inconsolável, e pode levar a mão ao ouvido ou encostar a cabeça.
Pode estar ainda associada a obstrução nasal, odinofagia, tosse e rinorreia.
A otite média aguda deve ser tratada com prudência para prevenir complicações subsequentes tais como: otomastoidite, labirintite aguda (vertigem, desequilíbrio e surdez), paralisia facial, meningite, trombose do seio lateral e abcessos epidural ou cerebral.
O diagnóstico passa pela observação médica do tímpano com otoscópio ou observação com microscópio binocular. Pode ser necessária uma observação pelo médico otorrinolaringologista quando existe dificuldade na visualização da membrana timpânica por obstrução do canal auditivo, com cerúmen ou secreções purulentas, que necessitam de ser removidas.
O tratamento tem em conta a gravidade clínica da otite média aguda, e pode passar apenas pela observação e alívio sintomático com analgésicos, terminando na antibioterapia.
A prevenção centra-se no controlo dos fatores de risco tais como tratamento das alergias nasais, fatores infecciosos reinfectantes, cessação tabágica ou mesmo recurso a vacinas específicas.
No caso de otite média agudas recorrentes, para além do já mencionado nas medidas preventivas, podem ter de ser consideradas cirurgias tais como Adenoidectomia (excisão dos adenoides) ou a colocação de tubos de ventilação na membrana Timpânica.