Mitos e verdades

Os efeitos da luz azul nos olhos

Atualizado: 
19/08/2024 - 11:08
Nos últimos anos, a luz azul tem sido um tópico amplamente discutido, especialmente com o aumento do uso de dispositivos digitais como smartphones, tablets e computadores. Muitos se preocupam com os possíveis danos que a exposição prolongada a essa luz pode causar aos olhos. Para esclarecer essas dúvidas, Luís Lucas e Tito Encarnação, Optometristas, vêm separar os mitos das verdades sobre os efeitos da luz azul nos olhos.

O Que é a Luz Azul?

A luz azul é uma parte do espectro de luz visível, com comprimentos de onda que variam entre 380 e 485 nanómetros. Ela é encontrada naturalmente na luz solar e artificialmente em dispositivos digitais e lâmpadas LED. Existem dois tipos de luz azul: a luz azul-turquesa, que tem benefícios para a saúde, e a luz azul-violeta, que pode ser prejudicial em grandes quantidades.

Mito 1: Toda Luz Azul é Perigosa

Uma ideia comum é que toda a luz azul é prejudicial. No entanto, isso não é verdade. A luz azul-turquesa desempenha um papel vital na regulação do nosso ciclo circadiano, o relógio biológico que controla os padrões de sono e vigília. Além disso, esta luz ajuda a melhorar o humor e a função cognitiva.

Verdade 1: Excesso de Luz Azul Pode Causar Fadiga Ocular Digital

A fadiga ocular digital é um problema real que resulta do uso prolongado de dispositivos digitais. Sintomas incluem olhos secos, visão turva, dores de cabeça e cansaço ocular. A luz azul, emitida em grandes quantidades por esses dispositivos, pode contribuir para essa fadiga. A regra 20-20-20 (olhar para algo a 20 pés (6 metros de distância) durante 20 segundos a cada 20 minutos) pode ajudar a aliviar esses sintomas.

Mito 2: A Luz Azul Causa Danos Irreversíveis à Retina

Há um medo generalizado de que a luz azul cause danos irreversíveis à retina e leve à degeneração macular. Estudos científicos não encontraram evidências conclusivas de que a exposição à luz azul dos dispositivos digitais cause danos oculares permanentes. No entanto, a exposição prolongada a qualquer tipo de luz intensa pode ser prejudicial aos olhos, incluindo a luz azul.

Verdade 2: A Luz Azul Pode Afetar o Sono

A exposição à luz azul à noite pode interferir na produção de melatonina, a hormona responsável pelo sono. Isso pode resultar em dificuldades para adormecer e em não se ter uma boa qualidade de sono. Reduzir o uso de dispositivos digitais antes de dormir ou usar filtros de luz azul pode ajudar a mitigar esses efeitos.

Mito 3: Óculos com Filtro de Luz Azul São Necessários para Todos

Embora os óculos com filtro de luz azul possam ser benéficos para algumas pessoas, especialmente aquelas que passam muitas horas diante de dispositivos eletrónicos com leds, eles não são necessários para todos. Os benefícios desses óculos ainda são um tema de debate entre os especialistas. Para muitas pessoas, ajustes simples no comportamento, como pausas frequentes e o uso de configurações de luz noturna nos dispositivos, podem ser suficientes.

Verdade 3: Luz Natural é Importante para a Saúde Ocular

Passar tempo ao ar livre sob luz natural é benéfico para a saúde ocular. Estudos indicam que a exposição à luz natural pode reduzir o risco de desenvolver miopia em crianças e adolescentes. A luz solar contém uma quantidade equilibrada de luz azul-turquesa, que é essencial para a saúde geral dos olhos.

Conclusão

A luz azul tem efeitos complexos sobre a saúde ocular. Embora não haja necessidade de uma preocupação exacerbada, é importante estarmos cientes dos seus efeitos e tomar medidas para proteger os olhos, especialmente durante o uso prolongado de dispositivos digitais. Entender a diferença entre mitos e verdades sobre a luz azul ajuda a tomar decisões informadas para manter os olhos saudáveis. A prevenção, através de comportamentos equilibrados e o uso adequado de tecnologias, continua a ser a chave para uma visão saudável.

Fonte: 
Press Club
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.