O papel da enfermagem na promoção da saúde mental das crianças e adolescentes
Neste panorama, os enfermeiros são, frequentemente, os profissionais que estão mais próximos da comunidade e se encontram numa posição única para ajudar a identificar os problemas iniciais e oferecer uma intervenção precoce. Sendo que estes profissionais privilegiam um conjunto de estratégias de prevenção e promoção da saúde mental, entre as quais, programas de educação em saúde mental, prevenção da violência e do abuso de drogas ou programas de desenvolvimento pessoal e social.
O apoio ao papel parental surge, também, como um foco relevante em enfermagem, no sentido de serem os pais os principais prestadores de cuidados e promotores da educação, e por se constituírem como os principais modelos de referência dos filhos. As intervenções de enfermagem, neste âmbito, pretendem aumentar a capacidade dos pais para lidarem com o stress, apoiando no reconhecimento de sentimentos e emoções, para assim os capacitar para lidarem, de uma forma saudável, com os desafios.
Importa, ainda, salientar que a promoção da saúde mental junto das crianças e adolescentes deve ser feita baseando-se em abordagens de saúde mental positiva, ou seja, o foco não deve ser apenas que a saúde mental é o contrário da doença mental. Assim, o enfermeiro adquire uma importância redobrada na altura de promover positivamente a saúde mental junto das crianças e adolescentes, sendo uma figura que deve ser associada, não só, à doença e ao cuidado da doença, mas também, à saúde e promoção desta. Sendo estas as premissas que norteiam as intervenções desenvolvidas pelos profissionais de enfermagem que integram a equipa multidisciplinar da Unidade de Cuidados Continuados Integrados para a Saúde Mental na Infância e Adolescência.
Outro ponto essencial para o sucesso das intervenções desenvolvimento é a criação de uma parceria entre o enfermeiro e a comunidade, dado que possibilita a identificação conjunta das necessidades de uma determinada família, estabelecendo-se, assim, metas e planeando-se as intervenções mais adequadas para as situações em questão. E, sem sombra de dúvida, que a educação para a saúde mental assume, aqui, um papel crucial, sendo o enfermeiro o seu principal facilitador.