Associação Portuguesa de Nutrição

O Papel da Alimentação na Osteoporose

Atualizado: 
20/10/2021 - 10:35
A osteoporose caracteriza-se pela diminuição da massa óssea e deterioração da estrutura dos ossos, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Ainda que esta patologia seja mais frequente em idosos, poderá surgir noutras faixas etárias ou em períodos específicos, nomeadamente nas mulheres em idade pós-menopausa, estimando-se que afete cerca de 500 mil portugueses.

Estão identificados alguns fatores de risco modificáveis, que se associam maioritariamente ao estilo de vida e que poderão relacionar-se com o aparecimento desta patologia, destacando-se: uma alimentação pobre em cálcio, um consumo excessivo de álcool, o tabagismo e um estilo de vida sedentário.

É então fundamental que se atue na prevenção que, a nível alimentar e nutricional, passará por garantir uma alimentação completa, variada e equilibrada, assegurando o cumprimento das recomendações diárias de ingestão de determinados nutrientes, por exemplo de cálcio, vitamina D e proteína.

No que diz respeito ao cálcio, um indivíduo adulto, saudável, necessita em média de 1000 mg diariamente. Os alimentos que integram o grupo do leite e derivados – leite, iogurtes, leites fermentados e queijos - destacam-se como os que apresentam uma maior quantidade deste micronutriente na sua composição. Além disso, o cálcio presente nos produtos lácteos é mais facilmente absorvido pelo organismo, ou seja, tem uma elevada biodisponibilidade, tornando-os alimentos de eleição em todas as faixas etárias, quer seja pelo seu papel no crescimento e desenvolvimento das crianças, quer pela prevenção da perda de densidade mineral óssea em idades mais avançadas.

No entanto, apesar destes produtos serem os grandes fornecedores deste mineral, os hortícolas de folhas verde-escuro (brócolos, espinafres, couve portuguesa), alguns frutos secos e leguminosas, também apresentam quantidades interessantes de cálcio, pelo que devem ser igualmente considerados.

No que concerne à vitamina D, esta assume-se fundamental na absorção do cálcio e fósforo a nível intestinal. Além de se obter através da ingestão de alguns alimentos, especialmente peixes gordos (salmão, atum, cavala, sardinha) e óleos de peixe, esta vitamina pode também ser sintetizada pelo organismo, bastando expor a pele ao sol durante alguns minutos por dia.

Por fim, os alimentos fortificados com cálcio e/ou vitamina D disponíveis atualmente no mercado – lácteos, bebidas e cremes vegetais, cereais – podem auxiliar os indivíduos na obtenção destes nutrientes, pelo que poderão ser considerados em casos de osteoporose.

Será ainda de reforçar que as recomendações nutricionais e alimentares devem ser adaptadas à realidade de cada indivíduo, com o acompanhamento profissional por parte do Nutricionista, devendo ser parte integrante de um estilo de vida saudável e promotoras de uma alimentação completa, variada, equilibrada e sustentável, optando sempre que possível por alimentos sazonais, de proximidade e oriundos de produções com práticas mais conscientes ambientalmente.

Autor: 
Bárbara Machado - Nutricionista e Assessora Técnica | Associação Portuguesa de Nutrição
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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