Saúde Mental

O Assistente Social enquanto elemento da intervenção multidisciplinar em Saúde Mental

Atualizado: 
23/05/2022 - 11:44
O Assistente Social é um profissional cuja formação se carateriza por ser interventiva. O seu trabalho, não só, incide na realização de ações socioeducativas, mas também na busca incessante da efetivação dos direitos dos indivíduos, principalmente dos mais vulneráveis. Neste âmbito, o Assistente Social viabiliza a efetivação dos direitos dos indivíduos através da criação de meios que lhes permitam ver os seus direitos assegurados, assim como, o acesso aos diversos serviços existentes.

A efetivação dos direitos dos indivíduos é viabilizada pelo assistente social, e em conjunto com o próprio utente, numa lógica de cooperação, uma vez que o objetivo não é, apenas, que este veja os seus direitos assegurados, mas também, criar os meios necessários para o efeito, tendo sempre em conta as suas necessidades e interesses.

Embora o trabalho do Assistente Social se encaixe em diversas áreas, desde a educação, recursos humanos, segurança social, promoção e proteção de crianças e jovens, no envelhecimento, entre muitas outras, quero destacar o papel e a importância deste enquanto membro constituinte de uma equipa multidisciplinar na área de intervenção em Saúde Mental. Entenda-se que por equipa multidisciplinar me refiro, não só, a profissionais provenientes de diferentes áreas de formação, mas também, a pessoas/profissionais com diferentes comportamentos, vivências, experiências e perspetivas acerca dos mais diversos assuntos.

Na área da Saúde Mental, mais concretamente no que se refere a indivíduos com esquizofrenia, o Assistente Social ocupa um papel preponderante na defesa dos direitos dos utentes e na promoção do acesso destes aos cuidados que lhes são devidos. Neste âmbito, considero que a intervenção apenas se revela eficiente quando realizada de forma multidisciplinar. Isto é, o Assistente Social, por si só, não possui os conhecimentos e/ou competências necessárias para garantir um tratamento humanizado e de qualidade ao utente. Revela-se crucial a integração deste numa equipa que seja constituída, também, por psicólogos, psiquiatras, enfermeiros e terapeutas ocupacionais, não excluindo os monitores, que se revelam elementos cruciais para a boa dinâmica da instituição. Considero que a formação/conhecimentos de qualquer um destes profissionais, individualmente, não é suficiente para garantir um bom tratamento e acompanhamento ao utente. Apenas trabalhando em equipa, de forma organizada e coesa, a intervenção realizada será de qualidade.

Incidindo no papel do Assistente Social enquanto parte integrante de uma equipa de Saúde Mental, considero que o trabalho por si realizado, para além de facilitar o acesso do utente aos serviços, passa por fazer uma leitura crítica da realidade, conhecer as condições de vida deste (incluindo a rede de suporte), assim como, os determinantes sociais que interferem, direta/indiretamente, na saúde-doença do mesmo. Para que a sua intervenção seja eficiente, o Assistente Social deve ter um amplo e profundo conhecimento das políticas públicas de modo a defender e ampliar os direitos dos utentes, especialmente os direitos sociais.

 

 

Autor: 
Bruna Sousa - Assistente Social da RECOVERY IPSS
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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