Nutrição e Saúde

Neuropatia Diabética: nutriente que aumenta a energia pode ajudar a proteger nervos danificados

Atualizado: 
12/01/2023 - 14:54
A neuropatia diabética, resultante da danificação dos nervos das pernas e pés como consequência dos níveis de glucose elevados, é dolorosa e é tratada com um medicamento. Contudo, um novo estudo mostra que o tratamento é substancialmente mais eficaz se for associado um suplemento com coenzima Q10.

Cerca de 25% dos diabéticos tipo 1 sofre de neuropatia diabética, uma complicação que resulta da danificação dos nervos das pernas e pés, originando dor e dormência, entre outros sintomas. A pregabalina, o fármaco mais utilizado, é indicado para a epilepsia e dor neuropática, atuando no sistema nervoso central. Contudo, de acordo com um novo estudo publicado no European Journal of Clinical Pharmacology, a combinação deste fármaco com um suplemento diário de coenzima Q10 reduz de forma mais significativa a dor e ajuda os doentes a dormirem melhor.

Necessária para a produção de energia celular

A coenzima Q10, uma molécula com propriedades semelhantes às vitaminas que é essencial para a produção de energia nas mitocôndrias celulares, é também um poderoso antioxidante, protegendo estes organitos contra o stress oxidativo.

Testada durante 8 semanas

Neste estudo conduzido por investigadores da Hamadan University of Medical Sciences no Irão, 112 adultos com neuropatia diabética foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: um grupo de 57 doentes tomou 150 mg de pregabalina e 100 mg de coenzima Q10; outro grupo com 55 doentes tomou 150 mg de pregabalina e cápsulas equivalentes de placebo, durante o mesmo período de tempo.

Menos dores e melhor sono

Os investigadores focaram-se primeiro na intensidade das dores avaliada através de uma escala numérica de 11 pontos (numeric rating scale - NRS). Também avaliaram a interferência da dor no sono (sleep interference score – SIS) e a melhoria generalizada através do Clinicians’ and Patients’ Global Impression of Change (CGIC/PGIC). Verificaram que os doentes que tomaram a combinação da pregabalina com a coenzima Q10 obtiveram um alívio maior das dores do que o outro grupo. Além disso, os doentes que tomaram Q10 também tiveram menor interferência das dores na qualidade do sono, tendo um sono mais reparador.

Adicionalmente, os cientistas observaram que o número de doentes com uma redução das dores em mais do que 50% (através da escala NRS) foi significativamente superior no grupo Q10. A proporção de doentes que classificaram como “muito melhor” e “melhor” foi também substancialmente maior do grupo Q10.

Efeitos positivos na diabetes

Os benefícios da coenzima Q10 na diabetes já tinham sido verificados anteriormente. Numa meta-análise de 2016, publicada no Archives of Iranian Medicine, a suplementação com Q10 demonstrou reduzir de forma ligeira, mas significativa a glicemia em jejum. Outra meta-análise publicada no eClinicalMedicine, em outubro de 2022, mostrou que uma dose diária de 100-200 mg de Q10 reduz significativamente a glicemia em jejum, a insulina e a hemoglobina glicada.

Num estudo em que doentes com polineuropatia diabética tomaram 400 mg de coenzima Q10 ou placebo equivalente, durante 12 semanas, ocorreu uma redução da dor e formigueiro no grupo Q10. Observaram-se também sinais de uma recuperação nervosa mais rápida.

Protege o coração

A neuropatia diabética é um problema que deve ser tido em consideração uma vez que pode estar acompanhado por outros sintomas a nível do aparelho digestivo, no trato urinário, vasos sanguíneos e coração.

Relativamente à saúde cardíaca, a coenzima Q10 demonstrou ter benefícios nas pessoas com insuficiência cardíaca. Num estudo publicado no JACC Heart Failure em 2014, a administração de 300 mg de Q10 durante 2 anos, combinada com a terapêutica farmacológica convencional, reduziu a mortalidade em 43%.

Noutro estudo de 2013, publicado no International Journal of Cardiology, 200 mg de Q10 e 200 microgramas de levedura de selénio orgânico, diariamente durante 5 anos, reduziu a mortalidade cardiovascular em 54%, num grande grupo de idosos.

Fonte estudo primário:

Eur J Clin Pharmacol (2022). https://doi.org/10.1007/s00228-022-034

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Fonte: 
PharmaNord
Nota: 
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