Especialista em Medicina de Reprodução

Não há razão para adiar a maternidade devido ao novo coronavírus

Atualizado: 
17/02/2021 - 10:32
Desde o início da pandemia que muitas mulheres se questionam se é seguro engravidar. E sempre que os números sofrem um agravamento essa dúvida intensifica-se. Para Catarina Godinho, médica ginecologista/obstetra do IVI e especialista em Medicina da Reprodução “não há razão para adiar a gravidez, seja espontânea ou através de procriação medicamente assistida”, até porque o tempo e a idade são fatores decisivos para a tão desejada maternidade.

Sublinha, porém, que “em qualquer caso não podem ser descuradas as medidas de prevenção instituídas, como a higienização das mãos, o distanciamento físico e o uso de máscara”. Na sua opinião, a mensagem que os médicos e outros profissionais de saúde devem passar às mulheres e aos casais é de tranquilidade e segurança. “Até ao momento nenhuma sociedade científica desaconselhou a gravidez devido à pandemia. Os estudos internacionais e interdisciplinares já realizados confirmam que a gravidez não é um fator de risco para a doença, mas sim a idade e a existência prévia de doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias ou renais e obesidade, entre outras”, explica a especialista.

Catarina Godinho frisa que as mulheres grávidas podem passar pela doença de forma leve ou assintomática, como acontece com a maioria da população. E acrescenta que não está demonstrado cientificamente que a infeção por SARS-CoV-2, durante a gravidez, esteja associada a uma maior incidência de problemas médicos ou obstétricos.

No entanto, nota que os fatores de risco durante a gravidez como hipertensão arterial crónica, obesidade e diabetes gestacional podem agravar-se num eventual quadro de infeção por Covid-19. Mas salienta que, a existirem estas condições associadas, a mulher é considerada grávida de risco e tem todo o acompanhamento previsto no protocolo médico instituído para estes casos.

Quanto à possibilidade de as mulheres grávidas com Covid-19 poderem transmitir o vírus ao feto ou ao recém-nascido refere que é uma situação muito rara. “O vírus propaga-se sobretudo por contacto próximo de gotículas respiratórias. No caso dos fetos e dos recém-nascidos ainda estão a ser investigadas outras eventuais vias de transmissão vertical antes, durante e após o parto”, afirma.

Por outro lado e de acordo com a médica, existem casos reportados de nascimentos prematuros em grávidas infetadas com Covid-19, mas não há dados disponíveis que comprovem de forma inequívoca a relação entre a infeção e a prematuridade. “Outras infeções virais respiratórias que ocorrem durante a gravidez, como a gripe, têm sido associadas a complicações neonatais, incluindo baixo peso ao nascer e prematuridade.

No caso da COVID-19 essa relação não está estabelecida. Portanto, o melhor é tomar todas as precauções, para prevenir este ou outros vírus”, alerta Catarina Godinho. Considera, por isso, “importante controlar a ansiedade durante a gravidez e evitar deslocações desnecessárias ao médico. Acrescenta ainda que a mulher deve tentar manter a tranquilidade no momento do parto”.

Explica que, embora o protocolo seja diferente em cada um dos hospitais e das clínicas, são efetuados testes no momento da admissão, além de outras medidas preventivas como o uso de máscara e a desinfeção de mãos e espaços, “pelo que o foco deve estar naquele momento especial que é o nascimento do bebé”.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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Grupo IVI