Microtrombose na Covid-19
Esta hiperinflamação causa danos generalizados, sendo um dos paradigmas deste fenómeno a coagulação intravascular disseminada que é caracterizada pela hiperativação das cascatas da coagulação provocada pela libertação de substâncias inflamatórias. Esta pode dar origem tanto a fenómenos de trombose como, por consumo dos fatores de coagulação, a fenómenos de hemorragia.
Esta perturbação do normal funcionamento da coagulação está presente em cerca de 20% dos casos e é responsável pela formação de microtrombos, isto é, pequenos coágulos sanguíneos, que se depositam nos pequenos vasos dos pulmões, afetando as normais trocas gasosas e absorção de oxigénio e, assim, provocando os casos de pneumonia mais grave.
Já está descrito na literatura que nos doentes graves, além da microtrombose dos pequenos vasos sanguíneos do pulmão, existem fenómenos de trombose em vasos de maior calibre e noutras localizações, como trombose venosa profunda dos membros inferiores e tromboses arteriais como por exemplo acidentes vasculares cerebrais.
Uma das complicações mais temidas é a trombose de vasos de maior calibre do pulmão (tromboembolismo pulmonar) que pode agravar a insuficiência respiratória e, em casos mais extremos, provocar morte súbita.
Sendo esta perturbação da coagulação provocada pela inflamação, esta resolve com o controlo da infeção. Outras formas de controlo ou prevenção de complicações tromboembolicas mais graves está a anticoagulação profilática que já é realizada de forma generalizada em doentes com COVID19.
Há estudos promissores que usam agentes farmacológicos que atuam e controlam esta hiperinflamação e, que habitualmente são usados no controlo de doenças autoimunes como a artrite reumatoide.