Como identificar

Melanoma e Cancro cutâneo

Atualizado: 
17/05/2023 - 11:30
O melanoma é dos cancros cutâneos existentes o mais perigoso. A dermatologista Manuela Paçô, do Hospital Lusíadas Lisboa, explica os perigos do cancro da pele.

O melanoma é causado mais frequentemente pela exposição intensa às radiações ultravioletas (escaldões e solários) que desencadeiam mutações genéticas nas células transformando-as em malignas.

Os melanomas parecem sinais, mas só alguns surgem a partir de sinais pré-existentes. Podem ser castanhos ou pretos, cinzentos, cor de pele, vermelhos ou azuis.

Se tratados a tempo são curáveis, se não, são muito resistentes à terapêutica espalhando-se pelo organismo (metástases) e conduzindo à morte.

O melanoma aparece mais frequentemente em adultos jovens.

O ABCDE do Melanoma

O risco de ter melanoma relaciona-se com o número de sinais; qualquer pessoa com mais de 100 sinais tem um risco acrescido de desenvolver este cancro.

Este código destina-se a explicar às pessoas de forma simples o que devem valorizar nos seus sinais. Quando um, e basta um, dos fatores alterados deve procurar-se um dermatologista.

A - ASSIMETRIA: Traçando uma linha pelo maior eixo do sinal, existe assimetria se as duas partes não são iguais.

B - BORDO: O bordo de um melanoma é geralmente pouco definido ou irregular, espiculado ou com reentrâncias.

C - COR: Existe na mesma lesão uma variedade de cores ou de tons diferentes da mesma cor

D - DIÂMETRO: Habitualmente os melanomas tem um diâmetro maior que 6 mm, embora haja muitos que são menores.

E - EVOLUÇÃO: Este “E” é de evolução e não de espessura.

Qualquer modificação nos parâmetros anteriores, ou qualquer queixa de novo, como hemorragia, comichão ou formação de crosta implica avaliação médica urgente.

Outros cancros de pele

Existem outros tumores malignos da pele que são até mais frequentes que os melanomas. Destacam-se os Basaliomas (também chamados carcinomas baso-celulares) e os Carcinoma Espino-Celulares.

Aparecem caracteristicamente em idades mais tardias e têm relação com a exposição solar ao longo da vida (intensa e curta ou prolongada e mais ou menos continua). Assim sendo, profissões ou atividades lúdicas ao ar livre são fatores a considerar.

A sua localização é sobretudo em áreas expostas cronicamente ao sol e existem locais com pior prognostico, como o nariz e pavilhão auricular, ou ainda o lábio inferior.

O tabagismo também é fator de risco principalmente para o carcinoma espino-celular do lábio inferior.

O sinal de alerta a considerar é a ferida que não cura ou que cura aparentemente, mas reaparece sempre.

Ambos são tratáveis e têm melhor resposta à terapêutica que o melanoma, se diagnosticados em fase mais avançada. Salienta-se, no entanto, o seu carácter de malignidade com todas as suas implicações.

Proteja a sua pele!

Não apanhe sol entre as 12 e as 16 horas, use protetor solar adequado ao seu tipo de pele e roupa de algodão fresca para se proteger. E não se esqueça de proteger os olhos: óculos de sol são fundamentais. Se gosta de caminhar à beira mar, use um chapéu e uma t-shirt e não se esqueça de tirar os mais pequenos da praia à hora do almoço. É proibido levar as crianças para a praia nestas horas do dia: Mesmo debaixo do chapéu há radiações.

 

Autor: 
Dra. Manuela Paçô - Dermatologista do Hospital Lusíadas de Lisboa
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Freepik