Medicamentos genéricos e biossimilares: Sinónimo de mais valor para a Saúde
Em tempos de pandemia, numa altura em que se multiplicam as queixas de dificuldades de acesso a consultas, exames e cirurgias, que pressionam ainda mais o Serviço Nacional de Saúde, o aumento dos custos, acompanhando por uma redução no poder de compra das famílias, obriga a melhorar a capacidade de resposta na área da saúde, que se estima que se mantenha com uma elevada procura, não apenas por causa da COVID-19, mas também devido à necessidade de retomar serviços de saúde temporariamente suspensos. E a redução dos gastos, mantendo a qualidade, torna-se o verdadeiro desafio, para o qual os genéricos e biossimilares podem dar uma ajuda importante, permitindo baixar os custos sem colocar em causa essa qualidade. Mais ainda, permitindo gerar poupanças que facilitam a adoção de terapêuticas inovadoras a quem delas necessita.
Vinte anos depois da aposta nos genéricos, os portugueses já os conhecem bem. Sabem quais as suas vantagens, com reflexos visíveis na conta que têm de pagar na farmácia, mas que vão muito além destas, proporcionando ganhos importantes para os sistemas de saúde. No entanto, há mitos que, duas décadas depois, se mantêm. Há ainda quem acredite que os medicamentos genéricos demoram mais tempo a fazer efeito, o que, tendo em conta que apresentam a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem que os medicamentos de marca, não passa disso mesmo, um mito. Há ainda quem mantenha o foco na marca, olhando-a como garantia de eficácia do medicamento, esquecendo que os genéricos apresentam a mesma composição, os mesmos efeitos e o mesmo controlo de qualidade e segurança que os medicamentos de marca, sendo a única diferença o preço.
Há também quem ainda desconfie deste mesmo preço, acreditando que, por ser mais acessível, é revelador de outro nível de qualidade e esquecendo que o preço de um medicamento de marca reflete, mais do que o custo de produção, o investimento que foi feito em investigação, desenvolvimento e promoção para o lançar no mercado. Investimento que, quando surgem os medicamentos genéricos, já não é necessário, o que lhes permite competir através do preço.
Há muito que os genéricos deram provas das suas vantagens e, mais recentemente, também os medicamentos biossimilares, que, por serem desenvolvidos e introduzidos no mercado anos depois dos seus medicamentos de referência, beneficiam de um conhecimento mais vasto sobre a molécula, as necessidades e preferências do doente, e podem incorporar algumas melhorias, o que melhora, simultaneamente, o resultado e diminui o custo.
Contas feitas, por serem terapêuticas mais custo-efetivas, permitem o acesso de mais doentes ao tratamento de que necessitam ou em fases mais precoces da doença. Estes foram alguns dos temas que abordámos na e-conference “Valor em Saúde – o Compromisso dos Medicamentos Genéricos e Biossimilares”. Cada vez mais, os medicamentos genéricos e biossimilares conseguem criar situações de verdadeira equidade vertical e horizontal. Por isso mesmo, são, mais do que nunca, um contributo importante a ter em conta para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para as famílias portuguesas.