Mamografia: saiba por que deve fazer
Atualmente cerca de 1 em cada 7 mulheres vai ter cancro da mama ao longo da vida (dados do cancer research UK) e representa uma das principais causas de morte por cancro nas mulheres.
Há fatores de risco não modificáveis como o sexo, idade, história familiar, idade da menarca e da menopausa, mas também existem fatores de risco modificáveis e que podem ajudar a reduzir a incidência do cancro e sendo os mais importantes a obesidade e o álcool.
O diagnóstico precoce é um elemento primordial no combate a esta doença. Quanto mais cedo for detetado maior a possibilidade de cura e de tratamentos mais conservadores e menos agressivos.
Hoje sabemos que há vários subtipos de cancro com agressividade e prognósticos distintos, requerendo também tratamentos distintos. Mas, para todos os subtipos, a fase em que se encontra o cancro no momento do diagnóstico é muito importante, com impacto nas formas de tratamento, na qualidade de vida e na sobrevivência.
O melhor exame para o diagnóstico precoce do cancro da mama é a mamografia e há 5 motivos para se fazer uma mamografia:
- É o único exame recomendado no rastreio de cancro da mama.
- Pode detetar cancros da mama iniciais, antes que produzam sintomas
- Os cancros detetados numa mamografia têm melhor prognóstico do que os detetados por um nódulo palpável ou por outros sintomas
- Os cancros iniciais detetados numa mamografia permitem tratamentos menos agressivos
- A mamografia permite avaliar a necessidade de outros exames complementares
A mamografia moderna, totalmente digital, emite uma dose muito baixa de radiação, com um risco mínimo para a saúde decorrente da sua utilização e largamente superado pelo benefício da deteção precoce do cancro.
Todas as mulheres a partir dos 30 anos, em conjunto com os seus médicos assistentes, devem fazer uma avaliação do seu risco individual, com base na história familiar, nos antecedentes pessoais e outros fatores de risco de modo a estabelecer um plano de vigilância individualizado.
Quando não existem fatores de risco a mamografia é recomendada a partir dos 40 anos. Permite confirmar o padrão de densidade mamária, que por si só é um importante fator de risco e em conjunto com a restante informação clínica definir um plano de vigilância personalizado.
Este rastreio individualizado, consiste na realização em simultâneo e pelo mesmo médico radiologista de um exame clínico, da mamografia e frequentemente complementada por ecografia, sendo também conhecida por mamografia diagnóstica.
Em oposição, o rastreio de base populacional, consiste apenas na realização de mamografia, com uma metodologia própria, sendo em Portugal realizado pela LPCC e dirigido às mulheres dos 50 aos 69 anos e de 2 em 2 anos. A leitura das mamografias no rastreio populacional é centralizada, sendo lidas por 2 radiologistas de forma independente, com decisão por consenso das discordâncias e com aferição diagnóstica dos exames positivos e só tendo encaminhamento hospitalar as que necessitarem de tratamento.
De acordo com as novas orientações da comissão europeia sobre rastreio e diagnóstico de cancro da mama, publicados muito recentemente, o rastreio populacional é fortemente recomendado a todas as mulheres entre os 50 e os 70 anos, tal como já é a prática em quase toda a Europa, mas agora vai mais longe, ao reconhecer que existe evidência para aconselhar o seu alargamento aos grupos etários 45-49 anos e 70-74 anos.
A evolução mais recente da mamografia, conhecida por tomossíntese ou mamografia 3D, consegue com a mesma dose de radiação, fornecer muito mais informação e aumentar a taxa de deteção de cancros iniciais. Em vez de 2 imagens por mama como sucede com a mamografia, com a tomossíntese obtemos múltiplas imagens de 1mm de espessura, eliminando a sobreposição dos tecidos e aumentando o detalhe. É a tecnologia cada vez mais utilizada em diagnóstico, a recomendada na aferição diagnóstica das mamografias de rastreio e o futuro da mamografia.