Linfomas Primários Cutâneos: a importância do acompanhamento de uma equipa experiente
O diagnóstico é complexo e multidisciplinar, baseando-se essencialmente na correlação entre os achados clínicos e os diferentes meios auxiliares de diagnóstico, nomeadamente: histologia/imunohistoquímica, citologia/citoquímica, citometria de fluxo, citogenética e genética molecular, o que requer a interação de várias especialidades, nomeadamente da Dermatologia, Hematologia, Imunohemoterapia e Anatomia Patológica.
Assim, o diagnóstico por si só constitui um grande desafio, pois não é fácil reunir todas estas condições a nível hospitalar, sendo muito importante que estes doentes sejam acompanhados em consultas multidisciplinares de centros de referência, com larga experiência clínica aliada a ferramentas diagnósticas bem estruturadas.
Os ensaios clínicos nesta área são escassos e muitos dos tratamentos preconizados não são suportados pela evidência científica que seria desejável. É fundamental que os tratamentos estejam devidamente protocolados e que as abordagens terapêuticas não protocoladas sejam discutidas em reuniões de grupo.
Consequentemente, a abordagem terapêutica também exige a interação organizada entre várias áreas clínicas, sendo essencial a familiarização e experiência com as diferentes terapêuticas disponíveis, evitando assim terapêuticas inapropriadas (quer a agressividade nas formas indolentes, quer a atitude expectante em formas agressivas e de mau prognóstico).
É muito importante que estes doentes sejam acompanhados em consultas multidisciplinares de referência, com vasta experiência na área, permitindo um diagnóstico mais assertivo e mais célere, a instituição de terapêuticas mais adequadas (nos momentos mais oportunos), assim como a rentabilização dos recursos humanos e dos meios técnicos disponíveis. Ao reunir um grande número de casos, são também criadas condições para acolher estudos de investigação e ensaios clínicos.