Homeopatia como parceira contra as alergias
Na alergia respiratória, um dos principais alergénios são os pólenes, particularmente de gramíneas, oliveira e parietária. Os sintomas variam em função da intensidade da alergia, isto é, segundo a sensibilidade particular de cada pessoa ao pólen, no entanto os sintomas mais frequentes são prurido, pingo no nariz, olhos lacrimejantes e vermelhos, inchaço das pálpebras, congestão nasal e espirros. Cansaço, irritabilidade, dor de cabeça, insónias, distúrbios emocionais (como ansiedade ou depressão) e crises de asma são outros dos sintomas característicos.
Nem todas as pessoas apresentarão os mesmos sintomas e da mesma forma. Estas particularidades são importantes e fazem diferença na hora de indicar o tratamento homeopático mais adequado para cada pessoa. Destaca-se:
- Allium cepa, usado em indivíduos cujos sintomas se manifestam em forma de secreção nasal límpida e irritante, acompanhada de irritação ocular e espirros;
- Euphrasia officinalis, útil quando os indivíduos apresentam secreção nasal suave, acompanhada de lacrimejo irritante;
- Nux vomica, utilizado em indivíduos que tendem a espirrar frequentemente, em salva, especialmente de manhã ao acordar;
- Kalium iodatum, que reduz a sensação de congestão nasal e ocular, dor nos seios frontais, acompanhada de corrimento excessivo de muco nasal;
- Sabadilla, para pessoas com sensação de obstrução nasal, acompanhada de prurido no nariz;
- Pulmo histaminum, pode substituir o anti-histamínico, para sintomas alérgicos cutâneos e respiratórios;
- Sticta pulmonaria, indicado para dor na base do nariz e sensação de nariz entupido.
A Homeopatia apresenta-se, assim, como uma opção terapêutica que ajuda a reprogramar o sistema imunológico do indivíduo para que pare de reagir exageradamente a uma substância geralmente inofensiva, chamada de alergénio.
Em muitas ocasiões, os medicamentos homeopáticos são suficientes para controlar os sintomas da alergia, no entanto, podem ser acompanhados por anti-histamínicos convencionais. Cabe ao médico que acompanha cada doente optar pela melhor forma de abordar cada caso.
A prevenção continua, mesmo assim, a ser a melhor forma para evitar todos estes sintomas incómodos. Uma das medidas elementares é evitar a exposição ao pólen. Apesar de difícil, com o atual uso de máscaras de proteção individual a exposição direta acaba por desacelerar um pouco.
Ainda assim é importante seguir algumas recomendações básicas que melhoram a qualidade de vida e permitam aprender a viver com as alergias:
- Evitar andar ao ar livre nos dias quentes e ventosos e nas horas de maior concentração polínica;
- Mudar de roupa ao chegar a casa, tomar banho e lavar a cabeça antes de deitar para que não fiquem resíduos na cama ou almofada;
- Manter as janelas e portas fechadas e manter um ambiente húmido em casa;
- Viajar com as janelas do carro fechadas, preferindo o ar condicionado com filtro para pólenes;
- Usar filtros e purificadores de ar;
- Usar proteção para o rosto (olhos, nariz e boca) se viajar de mota;
- Não secar roupa ao ar livre, para evitar que os grãos de pólen se fixem à roupa;
- Evitar a prática de desportos de exterior nos períodos de polinização.
Cristina Casaseca-Aliste Mostaza
Especialista em Medicina Geral e Familiar
Diploma de Terapêutica Homeopática
Professora do Centro de Educação e Desenvolvimento da Homeopatia CEDH