Hanseníase ou Lepra: causas, sintomas e tratamento
Caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas ou vermelhas na pele e de lesões vermelhas altas, dolorosas, que causam perda de sensibilidade, o risco de contágio depende da forma da doença em questão. Apesar de não se saber ao certo qual o modo de transmissão, acredita-se que, à semelhança da tuberculose, a Hanseníase se transmita pela via respiratória. Assim, a doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas expelidas pelo nariz ou boca de uma pessoa infetada, no entanto, é necessário o contacto íntimo ou prolongado com o doente, pelo que, a maioria dos casos é diagnosticado dentro da mesma família. É importante sublinhar, pelo estigma que a doença ainda acarreta, que o contato esporádico com pessoas contaminadas apresenta um risco insignificante de contágio.
Sintomas
A lepra afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. Sendo comum o desenvolvimento de erupções cutâneas e protuberâncias características que dependem da sua classificação:
Lepra tuberculoide - surge uma erupção cutânea formada por uma ou poucas áreas mais claras e achatadas, de bordas pronunciadas e elevadas. As áreas afetadas por essa erupção cutânea ficam dormentes porque as bactérias danificam os nervos subjacentes.
Lepra lepromatosa - surgem muitos caroços salientes pequenos ou maiores na pele de tamanho e forma variáveis. Existem mais áreas entorpecidas do que na lepra tuberculoide e alguns grupos musculares podem ficar enfraquecidos. Grande parte da pele e muitas áreas do corpo, incluindo rins, nariz e testículos, podem ficar afetadas. Em homens afetados, as mamas podem aumentar. As pessoas podem perder os cílios ou as sobrancelhas.
Lepra limítrofe - inclui as características da lepra tuberculoide e da lepra lepromatosa estão presentes.
Quando não tratada, esta infeção pode dar despoletar várias reações inflamatórias, pela fragilidade do sistema imunitário. Essas reações podem causar febre e inflamação da pele, dos nervos periféricos e, com menor frequência, dos linfonodos, das articulações, dos testículos, dos rins, do fígado e dos olhos. Pode ocorrer dano nos nervos e podem formar-se ulcerações abertas na pele.
Diagnóstico
Os médicos podem suspeitar do diagnóstico pela observação clínica dos sintomas apresentados: erupções cutâneas distintas que não desaparecem, nervos expandidos, perda da sensibilidade e deformações que resultam de fraqueza muscular. No entanto, o diagnóstico só é confirmado com recurso a biopsia da pele.
Tratamento
O tratamento é feito com recurso a antibióticos, no entanto, embora estes possam evitar a progressão da lepra, não conseguem reverter qualquer dano nervoso ou deformação. Por isso, a deteção e o tratamento precoces são de extrema importância.
Habitualmente, o tratamento tem de ser mantido por longos períodos, que variam entre 6 meses a 2 anos, uma vez que a eliminação completa do bacilo causador da lepra pode ser difícil de alcançar.
Em casos mais graves, quando há complicações devido o aparecimento de deformidades, pode ser preciso recorrer a cirurgia e realizar fisioterapia