Fundação Portuguesa de Cardiologia

Fibrilhação Auricular provoca um derrame a cada 15 segundos – sabe se está em risco?

Atualizado: 
29/10/2021 - 13:32
Responsável por um quinto dos AVCs em Portugal, a Fibrilhação Auricular é a alteração mais frequente do ritmo cardíaco. A sua deteção precoce e o controlo são a base para evitar esta e outras sequelas, assegurando uma boa qualidade de vida.

A Fibrilhação Auricular (FA) caracteriza-se pela irregularidade da contração auricular. Uma irregularidade que pode levar à estagnação do sangue e à formação de coágulos no interior do coração. Caso estes coágulos cheguem à corrente sanguínea, corremos o risco de atingirem as artérias cerebrais, provocando um Acidente Vascular Cerebral.

“O diagnóstico atempado desta arritmia pode ser fundamental na prevenção de complicações como AVCs, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Podemos controlar a FA através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo for detetada, maior a probabilidade de sucesso.”, explica Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Fibrilhação Auricular em Portugal e na Europa

A partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2.5%. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia. Na Europa, a estatística mostra que, a cada 15 segundos, há um derrame relacionado com FA.

Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral. A deteção precoce e

o controlo desta arritmia são, por isso, fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, sobretudo em determinadas faixas etárias.

A partir dos 65 anos, devemos ter particular atenção a sinais nem sempre claros como batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

É, por isso, aconselhável que, nestas idades, para além do controlo parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, se avalie o ritmo cardíaco e as pulsações de forma regular. Qualquer pessoa o pode fazer, de forma simples, através da auto-avaliação do pulso.

Prevenção do AVC

Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.

O bom controlo desta arritmia, e a consequente manutenção da qualidade de vida dependem, também, do cumprimento escrupuloso da terapêutica. Qualquer alteração, deverá ser validada pelo médico assistente.

No Dia Mundial do AVC, a Fundação Portuguesa de Cardiologia alerta para que esteja atento (pode calcular o seu risco aqui) e para a importância da deteção destas arritmias através de gestos tão simples como a verificação do pulso. Um gesto e 30 segundos que lhe podem salvar a vida.

Fonte: 
Multicom
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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