Arritmia cardíaca

Fibrilhação Auricular: a importância da deteção precoce e do controlo

Atualizado: 
22/07/2020 - 11:15
A Fibrilhação Auricular (FA) é a arritmia cardíaca mais frequente em todo o mundo, estando associada a um elevado risco de ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC) (1). Pode atingir até cerca de 10% da população com mais de 65 anos (2) e, com o alargamento da esperança de vida, prevê-se um aumento da sua prevalência nos próximos anos.

Mais comum a partir dos 65 anos, esta arritmia está também associada a fatores de risco como sedentarismo, hipertensão, diabetes, obesidade, consumo excessivo de álcool ou de estimulantes, ou prática de desporto de alta resistência. (3)

O diagnóstico precoce é fundamental para um bom controlo desta arritmia, de forma a evitar possíveis complicações como o AVC, a insuficiência cardíaca ou mesmo a morte.

Quais os sintomas?

Algumas pessoas com Fibrilhação Auricular não apresentam quaisquer sintomas. Muitas vezes, o AVC acaba por ser o primeiro sintoma “visível”, ou seja, demasiado tarde para ser evitado.

Devemos estar atentos a sinais e sintomas como sensação de descontrolo nos batimentos cardíacos, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito. Esta atenção deve ser ainda maior a partir dos 65 anos.

A importância do diagnóstico precoce

Para além do controlo de parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, devemos fazer uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico e evitar o tabaco. Devemos fazer também uma avaliação regular do nosso ritmo cardíaco: uma forma prática de o fazermos é a autoavaliação no próprio pulso.

Controlo e qualidade de vida

A deteção da irregularidade do nosso batimento cardíaco deve levar à marcação de uma consulta médica. Para confirmar a existência de FA será necessária a realização de um eletrocardiograma. Poderá haver necessidade de realizar outros exames complementares para melhor caraterização do quadro.

Depois de diagnosticada uma Fibrilhação Auricular não valvular, importa avaliar o risco de AVC, que pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. As normas recomendam que os doentes elegíveis iniciem preferencialmente um dos Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a solução prescrita pelo médico, poderão ser tomados uma ou duas vezes ao dia.

Independentemente da terapêutica adotada, o cumprimento da medicação prescrita pelo médico assistente é fundamental para o seu sucesso. Qualquer alteração, deve ser validada pelo profissional de saúde que o acompanha – em caso de dúvida ou desconforto, juntos, encontrarão a melhor solução para cada caso.

Referências: 

(1) https://www.revportcardiol.org/pt-estudo-safira-reflexoes-sobre-prevalencia-articulo-S0870255116304218

(2) https://www.revportcardiol.org/pt-um-novo-olhar-sobre-prevalencia-articulo-S087025511830101X

(3) http://www.revdesportiva.pt/files/PDFs_site_2014/3_Maio/Rev_27_P26_28_Tema2_Fibril_auric_locked.pdf

 

Autor: 
Dr. Nuno Jacinto - Especialista em Medicina Geral e Familiar
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay