A falta de dinheiro pode causar muita ansiedade
Muito se tem falado, nos últimos tempos, sobre a crise da Habitação. Além dos arrendamentos mais altos, as várias subidas das taxas de juros nas prestações do crédito à habitação conduzem a um tempo sério de “fazer contas à vida”.
Uma situação financeira que se apresenta incerta, - de crise económica, de inflação, de perda de rendimentos, de falta de poupanças - representa uma ameaça à vida que construímos e que julgamos certa, gerando ansiedade e desânimo quanto ao futuro. Quanto maior a preocupação com a situação financeira que atravessamos, mais difícil será manter o bem-estar físico e psicológico necessários à superação da situação. Ainda que associadas a questões financeiras pessoais já existentes ou de antecipação de dificuldades futuras, as manifestações mentais e físicas são idênticas às outras manifestações de ansiedade – preocupação, cansaço, perturbações do sono, irritabilidade, dificuldades de concentração, agitação, dores de cabeça, alterações digestivas, alterações no apetite.
Entrar numa espiral de pessimismo ou de isolamento não ajuda. É importante enfrentar o stress financeiro começando por aceitar as emoções relativas à condição financeira atual. Perante uma situação de grande esforço e pressão, é natural que apareça o medo, a frustração e a zanga. Devemos tentar olhar para a nossa condição com objetividade: identificar as principais razões da instabilidade financeira e emocional, estudá-la sob várias perspetivas, procurar soluções e definir uma estratégia para ultrapassar a situação. Aumentar a literacia financeira para perceber quais as melhores aplicações ou renegociações de crédito a fazer é também importante, assim como partilhar estas dificuldades em casa, de forma a compreenderem e colaborarem conjuntamente. Em suma, o maior desafio face à ansiedade financeira é encontrar o equilíbrio entre a consciência dos obstáculos que existem, a aceitação do que não podemos controlar e a esperança de encontrar soluções.