Esclerose múltipla: a importância do diagnóstico e tratamento precoce
Esta doença, por vezes, não é fácil de diagnosticar, uma vez que se manifesta através de sintomas diferentes, facilmente confundidos com outras doenças neurológicas. Desta forma, apesar de se saber a importância do diagnóstico e do tratamento atempado, o diagnóstico inicial pode ser demorado.
Estima-se que em Portugal existam mais de 8 mil doentes com EM. É uma doença que surge habitualmente no adulto jovem, entre os 20 e os 40 anos de idade, e afeta maioritariamente as mulheres.
Os sintomas podem ser muito variados e manifestarem-se com maior ou menor frequência de pessoa para pessoa:
- A fadiga é um sintoma muito frequente e manifesta-se por diferentes períodos e corresponde a um cansaço extremo após um pequeno esforço;
- A neuvrite ótica, corresponde a queixas de visão turva, “enevoada” ou baixa de visão;
- Perda da força muscular nos braços e pernas;
- As alterações da sensibilidade, podem ser como uma sensação de encortiçamento dos membros, parece que se está a «caminhar sobre algodão». Ou outro tipo alterações da sensibilidade são os formigueiros ou picadas;
- Equilíbrio e coordenação, por exemplo, dificuldade em agarrar pequenos objetos, escrever de forma clara ou sensação de caminhar como se tivesse embriagado;
- Alterações urinárias e intestinais – que por um lado pode se manifestar por dificuldade em urinar ou em esvaziar completamente a bexiga (a isto chama-se «retenção» urinária), ou a «urgência urinária», ou seja vontade de urinar frequente, súbita e difícil de adiar;
- Problemas sexuais - homens que tenham EM podem ter dificuldade em obter ou manter a ereção. Na mulher, a EM causa muitas vezes perda de sensibilidade nos órgãos sexuais, dores durante a relação e incapacidade de atingir um orgasmo;
- Alterações cognitivas – numa fase avançada da doença problemas de memória recente;
- Alteração de humor e depressão.
Atualmente, sabemos que quanto mais cedo se realizar o diagnóstico e se avançar para o tratamento, menor será a progressão da doença. Tem sido feito um esforço para o desenvolvimento de diversos tratamentos com impacto na doença.
Desta forma, nas últimas duas décadas tem-se assistido ao desenvolvimento de diversos tratamentos com impacto na evolução da doença. Em 1993, foi aprovado o primeiro tratamento para a EM. Apesar de não haver cura, os tratamentos têm como objetivo, reduzir o número de surtos (episódios de alterações neurológicos) ao diminuírem a atividade inflamatória cerebral que ocorre na doença.
Em suma, a EM é uma doença inflamatória do SNC que pode ser incapacitante. Neste sentido, para evitar a progressão da doença e consequências mais graves, é primordial que exista um diagnóstico e um tratamento precoce, bem como um acompanhamento regular para a avaliação da necessidade de ajuste de medicação ao longo do tempo.