Inquérito mostra apreensão dos pais

Enviar as crianças de volta às escolas para salvar a economia?

Atualizado: 
25/08/2020 - 10:20
Os países europeus discutem o assunto enquanto as famílias portuguesas mostram-se indecisas.

Algumas semanas antes do início do novo ano letivo, os pais partilham as suas opiniões sobre o regresso às escolas e as suas dificuldades se as instituições de ensino não reabrirem devido à pandemia de Covid-19. Apenas 44% dos pais entrevistados pela Yoopies - plataforma internacional que permite conciliar a procura e a oferta de cuidados infantis e serviços domésticos - esperam que os seus filhos possam regressar à escola no futuro próximo - 56% temem uma segunda vaga da doença e estão preocupados com a segurança dos seus filhos e com o bem-estar geral da família.

Dos pais europeus que participaram da pesquisa, os portugueses são os únicos que demonstram maior preocupação com a volta às aulas, a percentagem de pais que querem que as escolas reabram é a seguinte: França: 78%, Lituânia: 77%, Reino Unido: 76%, Itália 63% e Espanha 59%.

Os pais que trabalham a tempo inteiro são os mais propensos a apoiar o regresso às aulas

Entre os pais entrevistados pela Yoopies que afirmam apoiar a decisão do governo de levar as crianças de volta à escola em setembro da forma tradicional, 60% dos pais trabalham a tempo inteiro, 25% trabalham a tempo parcial e 15% não trabalham. Em geral, apesar do protocolo rigoroso de medidas anti-Covid-19 que devem ser respeitadas e apesar do medo de um possível contágio ou segunda vaga, o regresso às escolas é considerado fundamental para o reinício de uma vida "normal" para toda a família - para que os pais possam concentrar-se no trabalho e para que as crianças e os jovens possam reintegrar-se num contexto social e educativo que é fundamental para o seu crescimento.

Um número importante diz respeito à viagem casa-escola, que será feita de carro por 52,5% dos inquiridos, a pé, de bicicleta ou scooter por 22,5%; e 25% utilizarão transportes públicos. A ausência das escolas em setembro pode comprometer o trabalho dos adultos? Se o número de casos Covid-19 aumentasse, a reabertura das instalações escolares não seria garantida e o ensino à distância continuaria a ser a única opção para retomar as aulas e continuar com os planos de formação.

Se isto acontecer, como irão os pais gerir e organizar as suas agendas? Embora 73,3% dos pais admitem que a rotina se torna complicada quando precisam de trabalhar a partir de casa e cuidar dos seus filhos ao mesmo tempo, os pais portugueses também demonstram ser flexíveis quanto às possibilidades de teletrabalho ou de trabalho a tempo parcial. De acordo com o inquérito Yoopies, 81% dizem que um dos pais pode ficar em casa com os seus filhos se as escolas voltarem a fechar, enquanto que 19% dizem que nenhum dos pais (ou progenitores individuais) tem a possibilidade de ficar em casa com os seus filhos. A escolha destas famílias seria, portanto entre a interrupção do trabalho (desemprego ou licença sem vencimento para aqueles que estão empregados), o apoio de membros da família, especialmente dos avós, e eventualmente a contratação de uma ama ou babysitter a tempo inteiro, o que afetaria negativamente a estabilidade económica de muitas famílias.

Reintegrar as crianças novamente nas escolas: um consenso claro em quase todos os países europeus

O inquérito da Yoopies foi realizado em vários países europeus e verificou-se que apesar do aumento de casos em toda a Europa, a maioria dos pais quer mandar os seus filhos de volta às escolas em setembro - a exceção de Portugal. A percentagem de pais que desejam a reabertura das escolas é a seguinte: França: 78%, Lituânia: 77%, Reino Unido: 76%, Itália 63% e Espanha 59%.

Autor: 
Marina Chiarelli - Yoopies Portugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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