Enfermagem de Reabilitação… passado, presente e futuro - uma análise SWOT!
Neste âmbito, impõe-se uma questão que seja norteadora de uma breve reflexão: Como se situa atualmente a Enfermagem de Reabilitação em Portugal, e quais os desafios para o futuro?
Para se desenvolver a questão formulada, optou-se por fazer um exercício reflexivo e que é traduzido numa breve análise SWOT.
Como forças, apontam-se: uma experiência acumulada desde 18 de Outubro de 1965, data de início do primeiro curso de especialização em Enfermagem de Reabilitação, em Alcoitão; um corpo de conhecimentos técnico-científicos autónomo; definição de competências específicas devidamente regulamentadas; e o seu papel de autorregulação.
Como fraquezas, apontam-se: investigação em Enfermagem de Reabilitação ainda relativamente reduzida; necessidade de melhoria na estruturação das equipas de Enfermagem; número de publicações científicas ainda reduzido, e concretamente em áreas específicas, como a Reabilitação Respiratória; a necessidade de melhoria na certificação de locais de ensino clínico.
Como oportunidades, apontam-se: novas áreas de especialidade; desenvolvimento tecnológico; existências de centros e unidades de investigação em Enfermagem, e de redes colaborativas internacionais de investigação; idoneidade formativa de locais de ensino clínico; e concretização de parcerias internacionais.
Como ameaças, apontam-se: apropriação de áreas de Enfermagem de Reabilitação por outros profissionais da área da saúde, existentes ou eventualmente a existir no futuro; constrangimentos profissionais; constrangimentos económicos; e constrangimentos políticos.
Adicionalmente, importa clarificar todo um conjunto de elementos que se traduzem em desafios para a Enfermagem de Reabilitação em Portugal. Estes mesmos desafios devem ser entendidos pelos enfermeiros especialistas de Enfermagem de Reabilitação essencialmente como oportunidades, vislumbrando-se assim um caráter positivista e relevante para o seu futuro.
Estes elementos prendem-se com o desenvolvimento de novos modelos e abordagens de cuidados, potenciadores da promoção da autogestão e da telesaúde, a participação e envolvimento dos enfermeiros especialistas de Reabilitação no desenvolvimento e planeamento nas políticas de saúde, e o reconhecimento da sua experiência, dos seus conhecimentos e das suas competências, valorizando-se assim o seu papel central nas equipas e nas instituições de saúde. Destaca-se ainda a necessidade de uma maior e melhor divulgação e disseminação de práticas clínicas efetivas em resultados de saúde, e inovadoras na promoção da saúde das comunidades, assim como um maior investimento na melhoria das condições de trabalho, formação e desenvolvimento profissional.
Em conclusão, a Enfermagem de Reabilitação em Portugal enfrenta todo um conjunto de desafios e oportunidades, que exigem a adoção de uma abordagem estratégica e inovadora. Mas ao transformar os desafios em oportunidades, a Enfermagem de Reabilitação seguramente poderá continuar a evoluir e a contribuir significativamente para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas, reafirmando o seu papel indispensável no sistema nacional de saúde.
Referências:
Regulamento n.º 392/2019 - Regulamento das competências específicas do enfermeiro especialista em Enfermagem de Reabilitação.