Opinião

A Emergência Médica Pré-Hospitalar em Portugal

Atualizado: 
19/01/2022 - 10:29
A Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH), tem na génese para a qual foi constituída, a alteração do paradigma do atual sistema integrado de emergência médica, onde temos declaradamente assistindo cada vez mais a assimetrias em todas as vertentes, sendo a mais preocupante a educação/formação dos seus intervenientes.

Assim, uma das principais preocupações, para que fosse credível a evolução e a alteração em definitivo do atual estado da emergência médica pré-hospitalar, foi sair fora da caixa da maior parte do atuais atores nesta área, tendo o cuidado de ter um conselho científico, não se constituindo unicamente em pessoas que sabem do estado da arte, que são muito válidos, mas por muitas outras pessoas de renome nacional e internacional, com vasta experiência em muitas áreas da medicina e paramedicina, fortalecendo assim o conhecimento baseado na evidência científica.
Desta forma, a SPEPH, mantém-se firme no que sempre defendeu, e que consta nos estatutos da criação, não fugindo para outras áreas que não o interesse na educação/formação na paramedicina.

A SPEPH, orgulha-se do trajeto até agora feito, defendendo a inovação, face a este sistema completamente ultrapassado, mas que muitas entidades teimam em defender, e que outras tantas ora um dia defendem ora outro dia já não.
Não tenhamos dúvidas, que face ao atraso de anos, ainda teremos um difícil caminho pela frente, mas assumimos que para se dar o salto qualitativo, esta educação, para se ter a qualidade, competência e reconhecimento científico dos pares, tem que ser ministrado por entidades de ensino superior, com professores e ou instrutores em áreas muito especificas, desde que reconhecidos por essas mesmas entidades.
Deixemo-nos de demagogias baratas, não vale a pena insistir no erro, quando se fala de emergência médica pré-hospitalar, quando se fala de socorrer vitimas de doença ou trauma em primeira linha, os primeiros meios a chegar não são os diferenciados, por isso são estas tripulações que têm que ser dotadas de capacidade técnica e cientifica, mas para isso os pré-requisitos não poderá ser absorver todos os já existentes, continuaríamos no mesmo erro, se bem que sei que todos gostariam, mas temos que ser honestos, ficaríamos na mesma.

Se querem evolução e serem reconhecidos, há que se fazer por isso, as facilidades só nos levam a mais do mesmo, sejam exigentes convosco mesmo, se querem ser Técnicos Emergência Médica/Paramédico, há que investir na vossa educação, só assim se conseguirá evoluir e termos o respeito merecido.

Autor: 
Vitor R. Matos - Presidente da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay