Diabetes

Educação, integração e prevenção continuam a ser os pilares do projeto da FPAD

Atualizado: 
22/10/2019 - 15:15
Dois anos foram suficientes para a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) assumir uma posição de destaque “no mapa das instituições que têm uma palavra a dizer” sobre esta patologia. A presidente Emiliana Querido está feliz com o reconhecimento alcançado e espera, em breve, pôr em marcha novos projetos para dar mais voz aos doentes.

Emiliana Querida não esconde o orgulho que sente no percurso da federação que preside. Se há cerca de um ano, a Federação Portuguesa de Associações de Pessoas com Diabetes (FPAD) trabalhava para “fortalecer os seus pilares de ação”, hoje assume-se como uma instituição ativa e reconhecida na área da diabetes. “Em dois anos conseguimos colocar a FPAD no mapa das instituições que têm uma palavra a dizer na Diabetes”, revela a presidente acrescentando que, apesar dos desafios e dos obstáculos com que se depararam ao longo deste percurso, esta federação passou a ser um parceiro relevante no diálogo com as entidades decisoras.

O último ano foi, aliás, particularmente relevante na área da intervenção, tendo a FPAD contribuído para o acesso a terapêuticas inovadoras e participado em vários estudos sobre a Diabetes em Portugal.

Por outro lado, sendo a formação e literacia em saúde um dos pilares da FPAD, esta foi uma área que contou com bastante trabalho. “Participámos em campanhas de sensibilização e estamos a desenvolver projetos de divulgação e desmistificação da Diabetes na Comunidade, quer através de contribuições com entidades nacionais para a integração dos jovens nas escolas, quer com projetos institucionais para a comunidade em geral”, explica Emiliana Querido acrescentando que, tendo em vista este grande objetivo, desenvolveram uma parceria com a companhia de teatro Estupendo Enuendo para fazer chegar a Diabetes “às escolas, associações e instituições locais”.

Já no início deste ano, a realização do primeiro Congresso Nacional das Associações de Pessoas com Diabetes, assumiu-se como um “marco histórico” para a Federação. “Tendo em conta os parcos recursos financeiros que a FPAD dispõe, e o facto de trabalhar somente com voluntários, ter conseguido realizar um Congresso aberto a toda a comunidade e levado a Diabetes ao interior do país (a Mêda, no distrito da Guarda) foi muito importante”, afirma Emiliana Querido. A iniciativa levou a debate temas como o associativismo na Diabetes e as redes comunitárias na saúde, e abordou questões essenciais como a gestão e terapêutica da Diabetes, “as tecnologias, o desporto, a alimentação, a psicologia ou a figura dos cuidadores informais”. Segundo Emiliana Querido, este foi “o primeiro grande debate nacional sobre o papel fundamental das associações locais na vida quotidiana das pessoas com Diabetes”.

Desmistificar a ideia de que o diabético não pode, não deve ou não consegue praticar desporto

De acordo com Emiliana Querido, tem sido uma das principais missões da FPAD “combater a ideia de que a pessoa com Diabetes não pode ou não deve exercer qualquer atividade física”. “O desporto e atividade física são fundamentais na terapêutica da Diabetes”, reforça explicando que depois de ter levado uma comitiva de atletas com Diabetes a um evento desportivo europeu em 2018, este ano a FPAD decidiu criar a Diabetes Team Portugal.

“Este projeto consiste em divulgar e incentivar a prática da atividade física por pessoas com Diabetes, mas também envolver as suas famílias e a comunidade”, explica Emiliana Querido.

Para o futuro, a presidente promete continuar a “trabalhar pela capacitação e afirmação das associações de pessoas com Diabetes e assim dar cada vez mais voz a esta comunidade”.

É sua intenção ainda reforçar os projetos em curso e participar cada vez mais ativamente junto da comunidade para dar a conhecer uma patologia que atinge mais de 1 milhão de portugueses, “promovendo hábitos de vida saudáveis.

“Na área do desporto e da educação para a saúde teremos algumas novidades e já estamos a trabalhar no nosso segundo Congresso, a realizar em 2021”, avança Emiliana Querido.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
FPAD