É urgente saber identificar e tratar adequadamente a sépsis
Este dia surge pela necessidade extrema da união de todos os sistemas de saúde, trabalhadores da área e comuns cidadãos, em prole da prevenção, diagnóstico e adequado tratamento da sépsis.
A sépsis atinge cerca de 30 milhões de pessoas no mundo anualmente, matando cerca de 7 a 9 milhões delas, sendo que os sobreviventes convivem muitas vezes com consequências o resto da sua vida.
Mas o que é a sépsis? É a disfunção de órgãos potencialmente fatal desencadeada por uma resposta desregulada do hospedeiro perante a infecção, considerada a quarta causa de morte no Mundo.
Em Portugal, 22% dos internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos são devidos a Sépsis adquirida na comunidade e estes casos determinam uma mortalidade hospitalar global de 38%, que no caso de choque séptico chega a atingir 51%.
A Direção Geral de Saúde reconhece este problema e aborda-o com uma norma que refere que “todos os serviços de urgência (SU) devem ter uma equipa de sépsis constituída, no mínimo, por um médico e um enfermeiro”. É urgente saber identificar e tratar adequadamente a sépsis, razão pela qual se institui nos SU a Via Verde de Sépsis, processo que uniformiza e acelera a atuação das equipas de saúde perante um caso de sépsis. A título de exemplo, no meu Hospital, a Via Verde de Sépsis está informatizada, conseguindo-se ter apoio informático na identificação (através de triggers automáticos que despertam a suspeita de um caso), o manuseamento (através de meios complementares de diagnóstico e de pacotes de terapêutica que são dois cliques no computador!), fazendo com que este processo seja mais rápido e cómodo para a equipa que gere este doente.
Como nunca é demais lembrar: prevenir é o melhor remédio! Podemos prevenir as infeções, cumprindo por exemplo o plano nacional de vacinação, mantendo um estilo de vida saudável como uma alimentação adequada, exercício e descanso, lavar as mãos com regularidade e tomar uma atitude conscienciosa em relação ao uso de antibióticos, tomando-os apenas quando necessário, segundo a prescrição e até ao fim.
Dra. Ana Isabel Pedroso
Assistente Hospitalar de Medicina Interna
Fellow Medicina Intensiva
Co-coordenação VMER de Cascais
Hospital de Cascais