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É diabético? Saiba quais os cuidados a ter no verão

Atualizado: 
30/07/2020 - 11:59
Sabia que as crises de hipoglicemia e de hiperglicemia são mais frequentes no verão, não só porque o calor pode acelerar a absorção da insulina de ação rápida, como a desidratação pode levar ao aumento da glicemia no sangue? Neste artigo, e com a ajuda de Luís Gardete Correia, endocrinologista da APDP, mostramos-lhe os cuidados a ter nesta época do ano.

“O verão é aquela altura do ano em que as pessoas mudam muito rapidamente os seus hábitos de vida, o que pode levar a alguns imprevistos”, começa por explicar Luís Gardete Correia acrescentando que, não só o calor, mas também “o trabalho muscular, devido ao aumento da prática de exercício físico” pode acelerar a absorção da insulina. Por outro lado, explica “a reduzida ingestão de líquidos pode levar à desidratação nos dias mais quentes de verão e ao aumento da glicemia no sangue”.

Assim recomenda-se que, nos meses de verão, a pessoa com diabetes:

  • Garanta uma boa hidratação, bebendo, no mínimo, 1,5 a 2 litros de água por dia. Aumentando as quantidades de água em caso de excesso de calor.
  • Mantenha o equilíbrio glicémico entre refeições, com uma alimentação saudável e equilibrada, leve e rica em nutrientes.
  • Evite o excesso de exposição solar.
  • Pratique desposto de forma saudável.
  • Descanse e durma bem.
  • Proteja a medicação e os materiais de medição da glicose do calor.
  • Aposte em cuidados redobrados com os pés.

Como devem ser as refeições de um doente com diabetes nesta época do ano?

Segundo Luís Gardete Correia, “a alimentação deve ser saudável e equilibrada, leve e rica em nutrientes. As sopas, as saladas e as frutas são alimentos ricos em água, que ajudam o organismo a hidratar-se. Uma alimentação fracionada, com horários estipulados e sem excessos alimentares é o ideal”.

E quais os cuidados a ter com a medicação?

Tal como explica o especialista, a ação da insulina altera-se com o calor. Deve ser, por isso, “guardada numa caixa apropriada e mantida em local seco e fresco. As temperaturas não devem ser superiores a 25-30º C, nem inferiores a 10º C”.  

Além disso, salienta: “é importante tentar não administrar insulina nas zonas do corpo que estejam frequentemente expostas ao sol, uma vez que a velocidade de absorção aumenta naqueles locais”.

E para que já apresenta alterações de sensibilidade nos pés, quais as principais recomendações?

Se já existirem alterações de sensibilidade nos pés, os cuidados devem ser redobrados, explica o endocrinologista. Estes doentes devem “evitar o calçado aberto, usar proteção dentro de água, evitar ter os pés molhados durante muito tempo, as meias não devem ter costuras internas, utilizar meias de algodão para facilitar a respiração da pele e sem costuras internas”.

Luís Gardete Correia chama ainda a atenção para o facto de vivermos um tempo de pandemia. “Durante este período, além dos cuidados e organização de materiais, é importante relembrar que estamos em pleno tempo de uma pandemia, que ainda se vai ainda prolongar, e que as pessoas com diabetes têm maior risco de morbilidade e de mortalidade após infeção por SARS-CoV-2. Neste sentido, os cuidados com higiene sanitária, distanciamento social e a utilização de máscara são medidas fundamentais na prevenção de uma infeção”, conclui.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay