Nutrição

Dieta de Outono: combata a desmotivação, recupere a forma!

Atualizado: 
01/10/2020 - 10:38
Depois do desleixe das férias e de um setembro sofrido, é altura de enraizar rotinas. Já retomamos horários, já passámos a frustração do regresso ao trabalho, as crianças já estão ambientadas à escola, é hora de cuidar de nós!

Mas… não apetece! Começa o frio, o tempo mais cinzento. A própria redução das horas de sol e da incidência de radiação, faz com que nos sintamos mais preguiçosos, com menos energia, com menos motivação para uma alimentação cuidada e para praticar exercício físico.

A tendência é ficar afundado na dieta da compensação.

É possível combater esta tendência natural, que afeta a todos!

Com os sintomas depressivos associados às alterações da estação, o mau humor, a desmotivação, a apatia, surge, como resposta natural, a busca por formas de aliviar o “mau estar”.

As compensações podem ser variadas: aumento do consumo de bebidas alcoólicas, de tabaco, até mesmo maior gasto de dinheiro na compra de futilidades.

Mas, habitualmente, o primeiro recurso ao qual recorremos, são alimentos com alta densidade calórica. Os doces, os bolos, o chocolate, as bolachas… costumam ser os aliados que preferimos.

Depois faz-se uma passagem pelas refeições mais calóricas. Não tem necessariamente de ser fast food. É comum que apeteçam “pratos de outono/inverno”, que são igualmente inimigos da sua dieta e da sua saúde.

Esta necessidade além de estar associada à redução da produção de dopamina e serotonina, estão também associadas à nossa natureza. Estamos “programados” para armazenar reservas para o inverno, para combater o frio.

Hoje em dia, passamos grande parte do tempo de outono/inverno, em ambientes aquecidos. O que diminui o gasto energético, reduzindo a necessidade do aumento de reservas energéticas para colmatar a estabilidade da temperatura corporal.

Então, o primeiro passo é fugir destas tendências e compensações!

Evitar ganhos de peso excessivos e consumir alimentos pouco adequados ao estado de saúde.

Como é que alimentação pode ajudar a equilibrar o seu bem estar?

Retire todas fontes de açúcares adicionados

Açúcares adicionados são todos os açúcares que não fazem parte da composição natural do alimento não processado.

O açúcar cria uma falsa sensação de bem estar. É momentânea e provoca de seguida uma maior sensação de fadiga.

Bolos, bolachas, barritas, gomas, gelados, rebuçados… Esteja atento ao rótulo! Mesmo alimentos que vendem a ideia de que são sem açúcar, ou aptos a diabéticos, nem sempre são adequados. A forma mais fácil de detetar a presença de açúcar, passa por ler a lista de ingredientes.

Nesta lista deve procurar não só açúcar, como outras formas em que este pode aparecer disfarçado: dextrose, matodextrina, sacarose, glicose, frutose, açúcar de …, xarope de…

Até mesmo no pão que compra pode encontrar estes ingredientes. Esteja atento!

Reduza o consumo de farináceos

São alimentos que não precisamos em grandes quantidades. Seja qual for a origem da farinha, não

deixa de ser uma fonte de hidratos de carbono. Muitas delas com elevado índice glicémico.

Pães, massas, bolos, bolachas… São alimentos aos quais se recorre com facilidade nesta época do ano e que além do ganho de peso, não o ajudam no bem estar, pois promovem o estado inflamatório.

Aumente o consumo de fontes de triptofano

O triptofano é um percursor da serotonina, conhecida como hormona do bem estar.

Esta proteína, pode ser encontrada em alguns alimentos e suplementos alimentares (5-HTP).

São exemplos disso, a banana, os peixes gordos (salmão, sardinha, cavala), o queijo, o chocolate. Este último convém que sejam com no mínimo 70% de cacau e não deve exceder as 5g por dia, uma vez que também contém algum açúcar.

Aumente o consumo de frutos oleaginosos e sementes

As gorduras “boas” no geral, estão permitidas. São fontes de ómega 3, que o corpo não consegue produzir sozinho. Protegem a estrutura da membrana celular e os neurónios.

Os frutos oleaginosos e as sementes, são fáceis de levar consigo para um lanche, ou de incluir nas refeições principais.

Têm caraterísticas interessantes, além do ómega 3, apresentam uma textura que satisfazem a necessidade de trincar. A crocância em si, pode “aliviar” a vontade comer bolachas por exemplo ou alimentos mais açucarados.

Desde a noz, a amêndoa, a castanha do brasil, às sementes de linhaça, sésamo, girassol, escolha o que lhe agradar mais e varie.

Use a sopa como uma fonte de conforto

Antes do prato principal, ao lanche, pode ser sempre uma opção leve, saudável e que dá conforto.

Mas, cuidado com os ingredientes que coloca na sua receita de sopa. Deve evitar a batata, a cenoura, a beterraba e as leguminosas.

Não triture tudo! Precisamos mastigar para saciar. Deixe algumas folhas verdes (espinafre, nabiça) inteiras. Ou faça com os legumes partidos, sem triturar.

Adicionar sementes à sopa, depois de cozinhada, é uma excelente forma de lhe atribuir na tão importante crocância.

Use infusões ou chá como “o miminho”

Podem acompanhar as refeições principais, os lanches, ou serem apenas a sua melhor companhia nos momentos de cravings.

Por serem bebidas quentes, dão conforto e saciedade.

Hoje em dia, é possível encontrar vários sabores que saciam até a alma. Pode ainda adicionar canela, gengibre, raspas de limão ou cacau 100%. Variedade e imaginação são o truque!

Além da alimentação, há comportamentos e rotinas que são igualmente importantes e que integram um estilo de vida saudável.

A prática de exercício físico não deve ser descurada.

Desde as caminhadas, a um treino estruturado, tudo conta! O importante é mexer-se!

E se for ao ar livre ainda melhor!

Associe a meditação ou a prática de yoga às suas rotinas. Ajudam a controlar a respiração e a melhorar a sensação de bem estar.

Apanhe sol, sempre que possível

A produção de vitamina D tende a reduzir nesta altura do ano e é crucial na manutenção do bom humor, do bom funcionamento do sistema nervoso e equilíbrio hormonal. Assim, mesmo no outono,

deve privilegiar alguns minutos de exposição solar sem protetor solar. Cerca de 20-30 minutos diários são suficientes.

A suplementação alimentar pode também ajudar a melhorar os níveis desta vitamina.

Cada vez mais um estilo de vida saudável, que integra o respeito pela nossa biologia e fisiologia, que promove o equilíbrio do corpo e mente, é o ponto chave para o bem estar.

Lembre-se, a sua saúde nada mais é do que o reflexo das suas escolhas e comportamentos.

Viver bem está nas suas mãos! Cuide de si!

Autor: 
Lídia Marrão – Nutricionista - CP 2022N
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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