Dieta cetogénica ou dieta keto: o que é?
A dieta cetogénica é extremamente pobre em hidratos de carbono e rica em gorduras. Isto significa que, para a seguir tem de eliminar quase por completo o pão, a massa, o arroz, o feijão, os doces e o leite, dando primazia a alimentos como os legumes, os ovos, as sementes, a carne e os frutos secos. Neste tipo de dieta, o consumo de hidratos de carbono pode variar entre 10g a 50g por dia (correspondendo a cerca de 10% das necessidades energéticas diárias), o aporte de lípidos é alto (>60% das necessidades energéticas diárias) e um consumo de proteína moderado, tendo com o objetivo de estimular os efeitos metabólicos do jejum, promovendo a utilização das gorduras como fonte de energia.
Quando não existe o consumo de hidratos de carbono, em caso de jejum ou quando o consumo de hidratos de carbono é muito reduzido, o corpo procura vias alternativas de obtenção de energia, nomeadamente através da metabolização de gorduras.
Em que condições é usada?
Embora seja popular atualmente, a dieta cetogénica tem sido usada para tratar condições médicas específicas, tendo sido estudada e desenvolvida para auxiliar no controlo da epilepsia, nomeadamente, casos refratários.
Foi também testada e usada em ambientes monitorizados para o cancro, diabetes, síndrome dos ovários poliquísticos e doença de Alzheimer.
Em todo o caso, é preciso alertar que existem contraindicações quanto ao seu uso. Segundo a nutricionista Lilian Barros, este tipo de alimentação não é aconselhada, por exemplo, para doentes hepáticos. “Na verdade, qualquer pessoa com problemas de saúde não deve apostar numa dieta cetogénica”, alerta a nutricionista. Além disso, salienta que esta dieta só deve ser feita de forma pontual.
Isto porque a curto prazo podem ocorrer sintomas semelhantes à “gripe”, ou do "resfriado comum ou constipação" que resultam do processo de adaptação do corpo à dieta, como por exemplo, dores de cabeça, fadiga e tonturas. Por outro lado, como existe uma redução do consumo de fibra devido à restrição no consumo de legumes, frutas e grãos integrais, existe um risco de ocorrência de obstipação.
Os rins também podem sofrer, a longo prazo, com a dieta cetogénica, podendo desenvolver-se pedras nos ris, doenças hepáticas e carências nutricionais de alguns micronutrientes, como vitaminas e minerais.
Isto significa que, como todas as dietas, esta também não está isenta de riscos, daí que deve ser feita pontualmente e com acompanhamento especializado, alertam os especialistas.
“Nunca deve ser feita de forma continuada, mas é uma boa opção para quando o corpo estagnou e precisa de um ‘abanão’ para que o metabolismo volte a acelerar”, revela Lilian Barros.
Alimentos proibidos
- pão
- cereais
- arroz
- massa
- batata
- leguminosas
- determinados legumes (por exemplo, milho)
- e quase todas as frutas
Alimentos permitidos
- Carne, peixe, ovos
- Legumes - alface, rúcula, agrião, espinafres, pepino, brócolos, couve-flor, espargos, couves, pimento, pepino, tomate, cenoura;
- Frutas com baixo teor de hidratos de carbono – morangos, framboesas, coco, abacate;
- Sementes – linhaça, sésamo, girassol
- Frutos oleaginosos – amêndoa, noz, pinhão, avelã, macadâmia
- Lacticínios – queijos (em especial os queijos gordos), iogurte grego, natas;
- Óleos – azeite virgem extra, óleo de abacate, óleo de linhaça, entre outros.
De sublinhar que dada a restrição alimentar que caracteriza esta dieta existe o risco de existirem carências nutricionais, pelo que pode existir a necessidade de suplementar.