Gestão de stress

Dicas para que o stress não prejudique o coração

Atualizado: 
24/05/2023 - 14:54
Todos reagimos ao stress de forma diferente, e a forma como reagimos pode ter um impacto no desenvolvimento de problemas de saúde, nomeadamente problemas cardíacos. No mês do Coração, especialistas abordam o tema.

De acordo com Lisa Hardesty, psicóloga da Mayo Clinic, a resposta do corpo ao stress pode incluir dores musculares e dores de cabeça, tensão nas costas, dores de estômago e outros sintomas físicos. O stresse também pode provocar cansaço, afetar os padrões normais de sono, causar irritabilidade e/ou esquecimento. Quando o stresse é constante, explica, “o corpo permanece num ritmo mais acelerado por dias ou semanas, o que pode levar a problemas de saúde mais significativos”.

Períodos de stress excessivo e persistente podem resultar em efeitos diretos na saúde, elevando a pressão arterial e conduzindo a níveis de colesterol mais altos. Indiretamente, pode leva a adoção de comportamentos e hábitos que pioram a saúde física e o bom funcionamento do organismo, como fumar, comer em demasia ou praticar menos atividade física.

Gerir os níveis de stress “é sempre uma boa ideia”. Segundo a psicóloga da Mayo Clinic, estão a decorrer alguns estudos que analisam mais detalhadamente como a gestão do stress reduz o risco de doenças cardíacas, considerando os seus efeitos diretos sobre a saúde. “As pessoas que sofreram um ataque cardíaco ou um AVC que se sentem deprimidos, ansiosos ou sobrecarregados pelo stresse devem procurar ajuda especializada”, refere.

Segundo Lisa, há muitas maneiras de reduzir o stress. “Entender o que provoca e identificar os sintomas pode ser o início do processo de gestão do stress. Deste modo, é possível reconhecer e modificar os gatilhos que levam ao aumento dos níveis de stresse. A primeira etapa para alterar a resposta ao stress é identificar o que o provoca e perguntar para si mesmo: “o que devo parar de fazer e quais comportamentos que devo abandonar?”, explica.

Depois de abandonar ou modificar fatores externos de stresse, deve adotar técnicas específicas de gestão de stress. “Como psicóloga, costumo sugerir para as pessoas adotem para si elementos destas categorias: física, emocional, mental e espiritual”, diz.

E aponta:

  • Explore seus pontos fortes
  • Reflita sobre o que lhe dá energia ou o faz sentir realizado
  • Participe de atividades sociais
  • Converse com um colega, um ente querido ou coloque o assunto em dia com um velho amigo virtualmente
  • Doe o seu tempo e atenção para outras pessoas.
  • Experimente o voluntariado ou faça uma ação benevolente.
  • Comece a fazer algo novo
  • Comece a escrever em um diário
  • Reflita sobre a sua rotina diária

Por outro lado, aconselha a:

  • Praticar exercícios físicos regularmente
  • Desafiar os pensamentos negativos e catastróficos
  • Evitar o tabagismo e a cafeína
  • Ingerir alimentos com alto valor nutricional
  • Manter um peso saudável

“Em algumas situações, a medicina pode ser útil. Porém, quando falamos em stress, geralmente os medicamentos são usados como um último recurso. Em vez de usá-los, procure gerir o stress usando técnicas de relaxamento ou outras de redução de stress. Além disso, tenha a certeza de não confundir stress com um transtorno de ansiedade, que é uma condição distinta que deve ser discutida com um especialista”, acrescenta a especialista da Mayo Clinic.

Lisa sublinha, no entanto, que “há um tipo de stress que pode ser bom para si. O stress “positivo”. Muitas coisas que amamos também podem representar alguns dos desafios mais significativos”.

“Todos precisamos de um pouco de stress para ter motivação para lidar com os desafios diários e, assim, conseguir viver plenamente tudo que enfrentamos na vida cotidiana”, justifica. O stress bem gerido pode aumentar o foco, a concentração e motivá-lo a estabelecer vínculos com outras pessoas, além de proporcionar um senso de controlo que promove uma saúde melhor.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Mayo Clinic
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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